Flow, uma das grandes apostas para o Oscar de Melhor Animação no próximo ano, é uma obra que impressiona por sua beleza visual e narrativa inovadora. Com uma abordagem ousada e única, o filme se destaca não apenas pelo impacto artístico, mas também pela maneira como traduz emoções sem utilizar diálogos, comunicando tudo por meio de imagens e ações.
A trama acompanha um gato em um mundo tomado por um dilúvio repentino e inexplicável. Há uma ironia logo de cara nesse ponto, já que gatos notoriamente não gostam de água, e aqui o protagonista enfrenta uma luta pela sobrevivência em um cenário totalmente inundado.
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Durante sua jornada, ele encontra aliados inusitados – uma capivara, um lêmure, uma garça e um cachorro – que o ajudam em sua busca por um refúgio seguro. Essa narrativa, ao mesmo tempo simples e profunda, reflete o título do filme: Flow (“fluxo”), destacando a ideia de deixar as coisas fluírem.
A ausência de diálogos não limita a história, na verdade, a enriquece. Tudo é transmitido através de detalhes visuais e da expressão corporal dos personagens. Aqui, a direção merece destaque, com enquadramentos criativos e uma movimentação de câmera que, em muitos momentos, faz o espectador esquecer que está assistindo a uma animação. O jogo de perspectivas é tão bem executado que algumas cenas parecem ser captadas por uma câmera real, conferindo um realismo impressionante à narrativa.
O aspecto visual de Flow é, sem dúvida, seu ponto mais marcante. Cada frame parece uma pintura cuidadosamente elaborada, com paisagens e cores que enchem os olhos e imergem o espectador em seu mundo. O filme aposta na contemplação e no simbolismo, proporcionando uma experiência quase meditativa.
A história, apesar de minimalista, é profundamente tocante, explorando temas como sobrevivência, aceitação e a importância de seguir em frente mesmo nas situações mais difíceis. As relações do gato com os outros animais revelam nuances de solidariedade e resiliência que tornam a jornada emocionante e marcante.
Na corrida pelo Oscar, Flow deve enfretar concorrentes de peso, como Divertida Mente 2 e Robô Selvagem. Contudo, sua originalidade e execução impecável o tornam um forte candidato. É uma animação que não apenas entretém, mas também eleva o cinema de animação ao status de arte pura.
Flow é uma experiência visual e emocional única, que encanta e surpreende ao nos lembrar do poder da narrativa sem palavras. Uma obra que merece ser apreciada e celebrada.
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