Diferente de tudo o que a Marvel já fez, Thunderbolts* é excelente! | Crítica

Thunderbolts* análise Crítica do filme resenha Thunderbolts é bom?

Thunderbolts*, novo longa do Universo Cinematográfico da Marvel (UCM), representa um raro momento de renovação dentro de uma franquia marcada pela previsibilidade. Lançado logo após o problemático Capitão América 4, Thunderbolts* surge como um contraponto ousado, criativo e extremamente necessário.

Ao resgatar a essência de Os Vingadores, mas substituindo os heróis clássicos por figuras marcadas pela dor, perda e frustração, o filme constrói uma trama que se destaca tanto pela profundidade emocional quanto pela estrutura narrativa coesa. Com uma estética mais sóbria e escolhas criativas autorais, o longa rompe com a fórmula tradicional da Marvel — aquela que abusa das piadinhas, cores saturadas e ação desenfreada — e oferece algo mais maduro, introspectivo e, ainda assim, empolgante.

Assista ao trailer de Thunderbolts*:

Os personagens que compõem o grupo dos Thunderbolts são, em sua maioria, coadjuvantes de outras fases do UCM. O roteiro acerta ao tratar esses “refugiados” narrativos com respeito e densidade. Há um Capitão América frustrado, que jamais será o que almeja; uma Viúva Negra marcada pela perda da irmã; o Guardião Vermelho, vítima de sua própria ilusão de heroísmo; a Fantasma, moldada por traumas científicos; e Bucky Barnes, o Soldado Invernal, ainda tentando escapar das correntes de seu passado. Juntos, formam um coletivo de sobreviventes que precisam enfrentar uma ameaça que não se resolve apenas com força bruta.

Essa ameaça atende pelo nome de Sentinela — ou Bob. Sua figura carrega uma carga simbólica fortíssima, sendo uma alegoria clara da depressão. O filme transforma essa dor emocional em algo palpável, quase apocalíptico, e o faz com sensibilidade e inteligência. Bob é um anti-herói dilacerado por altos e baixos, um homem que, mesmo com poderes imensuráveis, luta para encontrar sentido em sua própria existência. A personificação do “Vácuo”, sua contraparte obscura, é retratada visual e narrativamente como um breu que representa o vazio interno de maneira brilhante.

LEIA TAMBÉM: O que significa o asterisco em Thunderbolts* da Marvel?

O maior mérito de Thunderbolts*, contudo, está em seu equilíbrio. É um filme da Marvel que não parece um “produto Marvel”. Tem cenas de ação bem executadas, sim, mas o que realmente o sustenta é seu roteiro bem amarrado, a direção autoral e a atuação sólida do elenco — com destaque para Florence Pugh, que brilha como protagonista ao dar profundidade emocional à sua personagem e carregar com dignidade o peso simbólico do grupo.

Apesar de estar inserido no UCM e abrir caminhos para futuros filmes — como sinaliza a cena pós-créditos —, Thunderbolts* funciona perfeitamente como obra independente. É um filme completo em si, com começo, meio e fim, sem depender da estrutura episódica que tantos longas da Marvel têm adotado nos últimos anos.

Com isso, Thunderbolts* se consolida como uma das melhores produções que o cinema de super-heróis já produziu. É uma prova clara de que a Marvel ainda é capaz de entregar narrativas impactantes, desde que escolha sair de sua zona de conforto. Se Deadpool & Wolverine foi uma boa surpresa no ano anterior, Thunderbolts* é um acerto ainda maior, uma luz no fim do túnel para o futuro da franquia.

E para ficar por dentro das principais informações sobre a cultura pop, siga @6vezes7 no InstagramTikTokTwitter e YouTube!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

conteúdo relacionado

últimas publicações