Crítica | “Os Mercenários 4” falha em tudo que se propõe e não funciona nem como entretenimento

Os Mercenários 4 resenha crítica análise

No cinema, existem filmes que nascem com os seus objetivos bem definidos, com enredo e história focados em atingi-los. Esses objetivos podem ir desde cativar o público até conquistar prêmios — e eventualmente eles podem se cruzar —, e até aí tudo certo. Entretanto, quando uma obra é lançada sem nenhum propósito, pode acabar acontecendo o que testemunhamos em Os Mercenários 4, que não se empenha o bastante para garantir a aprovação do público, entregando cenas de ação fracas, personagens desinteressantes, história rasa e um roteiro vergonhoso.

Assista ao trailer de Os Mercenários 4:

Tentando usar o legado de seus atores principais como muleta, Os Mercenários 4 trata seu espectador como alguém que tem 1h40min da vida para desperdiçar. Os três primeiros filmes da franquia estão guardados em nossas lembranças não pela qualidade técnica, mas pela ação apresentada e elenco de peso, ok. Mas em tempos onde temos John Wick como padrão de qualidade, cortes dinâmicos, câmera tremida e alguns efeitos especiais não vão funcionar.

É complicado colocar a culpa em alguém (ou alguma coisa) quando nada e nem ninguém parece fazer algo a mais que o esforço mínimo. A título de comparação, em Velozes e Furiosos temos uma franquia tida por muitos como uma grande farofa sem sentido, mas a diferença é que isso funciona. Carros tunados e com aventuras cada vez mais inacreditáveis são um entretenimento que leva as pessoas ao cinema, seja por suas cenas espetaculares ou apelos emocionais. Algo está dando certo.

Mas Os Mercenários 4 não pode dizer o mesmo. Seus efeitos especiais são vexatórios, daqueles que você ri quando percebe o quão malfeito aquilo é. Os personagens não possuem carisma algum, principalmente os novos, que não se encaixam nem como arquétipos de brucutus. Certos momentos até tentam trazer um diálogo mais atual, com temas relevantes, mas parecem que eles foram escritos apenas para dar ok no checklist: “tem cena falando sobre respeitar as mulheres? Tem!“. Já as suas cenas de ação não empolgam, pelo contrário, são previsíveis e sem emoção.

E falando nisso, o sentimentalismo barato que tentam nos empurrar goela abaixo é mais um item da lista de problemas da obra. Em uma tentativa desesperada de fazer com que seu espectador sinta alguma coisa, o enredo se esforça para ascender uma faísca de apelo emocional, mas o roteiro não cria nenhuma boa oportunidade de fazer isso da maneira certa.

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Extremamente datado, Os Mercenários 4 é esquecível e vazio. Não emplacou nada de proveitoso e não serve sequer para reavivar a lembrança da clássica trilogia dos filmes de ação, que nunca foram exemplos de qualidade, mas serviam um bom entretenimento.

Os Mercenários é uma saga de filmes que conseguiu a façanha de reunir grandes nomes do cinema de ação em uma única franquia. Por ela já passaram Jet Li, Terry Crews, Arnold Schwarzenegger, Chuck Norris, Bruce Willis, Jean-Claude Van Damme e muitos outros. Agora, na tentativa de trazer de volta os brucutus para o cinema, Sylvester Stallone e Jason Stathan encabeçam Os Mercenários 4, que conta ainda como Megan Fox, 50 Cent, Dolph Lundgren e Jacob Scipio.

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