Hugh Grant (Paddington 2, de 2017) é conhecido por seus inúmeros galãs de comédias românticas dos anos 1990 e 2000. Sua carreira, no entanto, tomou um novo rumo nos últimos com seus novos trabalhos no cinema. Hugh foi o vilão trapaceiro de Dungeons & Dragons: Honra entre Ladrões (2023), um Oompa Loompa ranzinza em Wonka (2023) e, em 2024, volta às telonas como o assustador senhor Reed de Herege.
O longa-metragem de terror marca uma possível nova fase na carreira do ator, na qual ele se afasta de sua antiga imagem de galã heroico e veste o manto de vilão. Em Herege, o personagem de Grant é a união do que há de mais clássico em situações de horror psicológico. Ele tem uma aura diabólica, trata suas vítimas com um sadismo catequético, tudo isso enquanto tenta provar o seu ponto obscuro sobre a existência no mundo.
Assista ao trailer de Herege!
O filme da dupla Scott Beck e Bryan Woods (65 – Ameaça Pré-Histórica, de 2023) é o melhor de suas carreiras até então. A narrativa de Herege, também escrita por eles, tem uma dinâmica interessante de controlar e construir aos poucos a atmosfera de tensão. Apenas com o que o elenco entrega, Beck e Woods elevam o nível de antecipação para o horror que viria a se concretizar a seguir.
A lentidão usada para construir essa atmosfera é um ponto altíssimo do roteiro da dupla de cineastas. Ao lado desse movimento narrativo slow burn, as reviravoltas não param de acontecer durante o clímax e resolução do filme. Quando Herege finaliza sua etapa focada nos diálogos, o longa passa a ter a ação como foco e as coisas se tornam ainda mais aterrorizantes.
Herege é um terror psicológico excelente justamente por conta dessa união de fatores. A direção precisa, o roteiro inteligente e bem amarrado e seu elenco enxuto e poderoso fazem da produção um grande acerto. Grant está diabólico como senhor Reed. Sua presença é ameaçadora e aterrorizante à todo tempo. Juntamente com ele, Sophie Thatcher (Boogeyman: Seu Medo é Real, de 2023) e Chloe East (Os Fabelmans, de 2022) trazem uma força absurda para cena. A dupla de jovens atrizes mostra que tem um futuro interessante pela frente com suas poderosas e viscerais performances no filme.
A força do projeto vem dele ter acertado em cada medida para sua construção. O tom, a atmosfera, o elenco escolhido, a montagem frenética, os elementos da arte, a fotografia, o som. Tudo é orquestrado com uma fluidez e maestria absurda. Herege é, até então, um dos melhores filmes do ano, especialmente quando se pensa em terror.
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