Como uma adaptação do RPG mais famoso de todos os tempos, é normal esperar que os fãs assíduos do jogo tivessem uma experiência mais profunda do filme, entendendo as referências e pegando informações nas entrelinhas. Agora, utilizar dessa justificativa para camuflar o roteiro preguiçoso, isso sim incomoda um pouco. Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes entrega uma trama simples, divertida e descontraída, mas, por algumas vezes, usa e abusa de conveniências descaradas para fazer a trama avançar.
Antes de prosseguirmos, é importante ressaltar que essa é uma análise crítica de alguém leigo no universo de D&D, logo, sutilezas e referências à jogatina do game não causaram efeito na minha experiência com o filme, até porque, uma boa adaptação deve funcionar para qualquer tipo de público. Isto posto, provavelmente as impressões devem variar bastante a respeito do longa.
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Para começarmos, é importante falar do que o filme tem de melhor: o visual. Tudo em D&D: Honra Entre Rebeldes é extremamente bonito e primoroso, das vestimentas ao cenário. O tom medieval clássico, com armas parrudas, soldados com armaduras de ferro, a música, todos estes artifícios colaboram harmonicamente para que embarquemos naquele universo fantasioso. As criaturas que utilizam CGI são feitas com extrema qualidade, embora “efeitos especiais ruins” também sejam utilizados algumas vezes, de propósito, acredito, para ajudar a ditar o tom de certas breguices.
O brega, por sua vez, também é utilizado a favor da narrativa em alguns momentos. Há várias boas sacadas onde o filme o abraça e age de maneira despretensiosa, e isso é muito legal. Agora, cutucando a ferida, é muito difícil não se incomodar com certas escolhas de narrativa. Apesar de ser uma boa história, o roteiro é meia boca, tomando a liberdade de pegar atalhos que são explicitamente um Deus ex machina, surgindo como uma opção milagrosa e conveniente. Há vários momentos em que o filme tenta passar um sentimentalismo que não foi bem construído, forçando um drama que não cabia ali, naquele acontecimento.
Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes é um filme que deve agradar aos fãs de D&D e jogadores de RPG, e isso por si já é significativo, mas claramente sacrificou algo para entregar essa experiência.
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No mais, todo o elenco principal está muito bem. O filme é estrelado por Chris Pine (Mulher-Maravilha) como Edgin Darvis, Michelle Rodriguez (Velozes e Furiosos) como Holga Kilgore, Justice Smith (Detetive Pikachu) como Simon Aumar, Sophia Lillis (IT – A Coisa) como Auris, Regé-Jean Page (Bridgerton) como Xenk Yendar, Chloe Coleman (65 – Ameaça Pré-Histórica) como Kira Darvis, Hugh Grant (Um Lugar Chamado Notting Hill) como Forge Fitzwilliam.
D&D: Honra Entre Rebeldes estreia no dia 13 de abril e tem um enorme potencial para se tornar uma franquia, e das melhores, ainda mais com um universo tão vasto e rico. Nos últimos anos, o gênero Fantasia tem dado bons indícios de que ainda está vivo e pode render boas histórias, resta saber como o público reagirá a isso tudo e se receberá conteúdo de qualidade.