Crítica | Besouro Azul surpreende com uma verdadeira aventura latina e prova que o gênero ainda não está saturado

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Besouro Azul já é um filme único apenas por ser o que é. Apresentar um personagem relativamente desconhecido, por uma perspectiva não estadunidense e com um elenco majoritariamente latino é um vitória e tanto. Somando esse fator cultural ao bom entretenimento, Besouro Azul conquista por ser uma verdadeira aventura de super-herói, que não muda a receita, mas adiciona o seu próprio tempero.

Sem almejar reiventar a roda, Blue Beetle (título original) gabarita todo o checklist de filmes de heróis, com direito a história de origem, par romântico no estilo Romeu e Julieta, perda parentesca lastimável e um vilão advindo da ganância e busca por poder, a mais pura jornada do herói. Entretanto, a sua construção de universo cheia referências latino-americanas é a verdadeira cereja do bolo!

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Com uma nova forma de enxergar e executar a fórmula, Besouro Azul prova que o gênero de super-heroi não está completamenta saturado, o que falta é empenho, competência e coragem para deixar que algo novo surja.

Para quem não sabe, este filme seria lançado diretamente para o serviço de streaming HBO Max, mas alguém enxergou o seu potencial e decidiu lançá-lo nos cinemas, e essa não poderia ter sido uma decisão mais acertada.

Xolo Maridueña (Jaime Reyes) é maravilhoso como protagonista e se mostra bastante a vontade no papel, como se tivesse nascido para esse momento. Já a nossa brasileiríssima Bruna Marquezine (Jenny Kord) é um show a parte, surpreendendo como coprotagonista e brilhando a cada novo momento. Chega a ser prazeroso vê-los em cena, principalmente juntos, já que a química entre eles é muito cativante. (Podemos dizer que são os nossos “Tom Holland e Zendaya latinos”).

Porém, o que realmente diferencia Besouro Azul dos demais filmes é o seu coração. Orgulhando o Vin Diesel, a família é o centro da narrativa, já que é por ela que tudo flui e se resolve. Todos os membros que rodeiam o protagonista são interessantes e bem utilizados, colaborando com o desenrolar da trama — seja para cenas de construção, piadinhas ou simplesmente estarem ali, como coadjuvantes eficazes.

Assista ao trailer dublado de Besouro Azul:

Por ser um arroz com feijão tão bem feito e cativante, alguns pontos baixos podem passar batidos, mas ainda assim estão lá. Mesmo sob uma perspectiva diferente, alguns elementos não deixam de ser previsíveis, pois filme escolhe traçar caminhos já desbravados, apostando que as cenas de ação vão garantir o entretenimento, o que de fato acontece, mas tudo isso é percebido. De todo o modo, nada disso é exclusividade de Besouro Azul, logo, o saldo segue positivo.

Com o seu futuro já garantido no novo DCU, encabeçado por James Gunn e Peter Safran, Besouro Azul é um filme que se basta e busca expandir a sua própria mitologia, diferentemente dos últimos filmes da DC para os cinemas (The Flash, Shazam! 2 e Adão Negro), que mesmo sendo mais populares, não alcançaram nem um pouquinho de seu prestígio.

Por fim, percebe-se que esta foi uma produção feita com muito carinho e que buscou a todo instante entregar uma dose a mais de diversidade dentro do continente americano. E o que se espera é que todo esse esforço e dedicação sejam recompensados com um desempenho reconfortante, como o aconchego de um abraço em família.

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