Não é de hoje que produções sobre a monarquia, idade média, reis e rainhas fazem sucesso com o público. Nas telonas, grandes produções levam centenas de prêmios todos os anos, por retratarem anos dourados, épocas de puro luxo e estravagância, o que curiosamente não é visto com muito bons olhos nos dias de hoje, mas que carrega uma legião de fãs quando se trata do gênero sobre séculos atrás.
Com tantas opções e versões, os telespectadores ficam até perdidos com as possibilidades e cabe as plataformas e produtoras aprenderem a chegar a esse público e conquistá-los. Apesar dos problemas com os assinantes, parece que a Netflix descobriu um caminho e está fazendo bastante uso dele.
Depois do sucesso da adaptação dos livros de Bridgerton, pelas mãos da incrível Shonda Rimes, a plataforma passou a investir mais e trazer mais produções do gênero, emplacando um sucesso atrás do outro.
Mas o que será que atrai tanto no público para essas produções de época? Primeiro, podemos concordar que a maioria das produções são romances, eternos, impossíveis e improváveis, mexendo com o imaginário do público desde quando o mundo é mundo. Segundo, a mistura de fatos e histórias, sem dúvida é atraente, fazendo o imaginário de quem assiste correr solto, e a curiosidade também. Logo que a série derivada Queen Charlotte foi lançada no início do mês, um furor atingiu as redes e as rodas de conversas, e um número até que expressivo de pessoas passaram a pesquisar no Google os fatos e fakes que a série trouxe sobre a vida de Charlotte e George. O verdadeiro exemplo de amor incondicional (e não é que a rainha se tornou mais humana e doce, depois dessa versão dela?!)
Não por menos, que a derivada se tornou hit, Shonda Rimes conseguiu mais uma vez achar uma narrativa inesperada em meio a história existente, e valorizar personagens que em Bridgerton passaram despercebidos, além de abordar temas como amor maduro, dificuldades mentais na idade média, dever e obrigação e a divisão racial e social na época. Haja lencinhos para conter o choro!
Se de um lado a Netflix conquista os corações mais melosos com Bridgerton e seus derivados, ela também investe nas produções para os fãs de guerras épicas e batalhas históricas. Nos últimos meses, os fãs puderam acompanhar na plataforma o lançamento de Vikings Valhalla, The Last kingdom: sete reis devem morrer e Bárbaros II, para citar alguns, que trazem a versão sanguinolenta da história das grandes conquistas européias. Essas três em particular contam a sua maneira a vida dos vikings e suas batalhas até conquistarem seu lugar de direito. Skol!
Ragnar Lothbrok, Lagertha, Uhtred, Folkwin e Thusnelda, são personagens fortes e marcantes e viram referência de poder e bravura entre os fãs desse gênero. Impossível não ficar “com sangue nos olhos”, ao vê-los nas cenas de batalhas. Quem conhece algum deles, deve conhecer os demais!
Mesmo que nem todas essas produções de época sejam originais da plataforma, a gigante do streaming faz o impossível para manter seus direitos de distribuição, reconhecendo assim, a influência e preferência que elas tem em meio ao público. Ainda bem né?!
Em um meio termo das opções mencionadas acima, a plataforma encontra nas produções internacionais, novas histórias e versões que atingem esse mesmo público e que alcançou facilmente o top 10 dos mais assistidos no Brasil. A Imperatriz é um desses exemplos, feito sem o furor de Bridgerton, a produção austríaca deu o que falar no fim de 2022, o que garantiu uma continuação esperada para esse ano ainda. A história de Elisabeth que se casa por amor com o Imperador Francisco e descobre os problemas e dificuldades que contenplam a corte de Viena. Intrigante, sensual e atrevido, a série é apaixonante, e esbanja detalhes, e luxo, um prato cheio para os fãs.
Além dessas histórias esplendorosas e mais populares, há diversos outros títulos que mereciam semelhante atenção e talvez tenham passado despercebidos. Confira alguns deles:
As leis de Lidia Poet (2023) – 1 temporada, renovada! Alias Grace fazendo escola e abrindo espaço para mais mulheres empoderadas.
Lidia Poët não consegue exercer a advocacia por ser mulher. Obstinada, ela luta pelo seu direito de exercer a profissão enquanto se arrisca investigando assassinatos.
Anne Elliot é persuadida a não se casar com o homem que ama por causa de suas origens humildes. Oito anos depois, ele reaparece em sua vida e a moça deve decidir se dá uma segunda chance para esse amor.
O Amante de Lady Chatterley (2022) – filme francês, picante do início ao fim.
Infeliz no casamento, a aristocrata Lady Chatterley se envolve em um romance ardente com um funcionário do marido.
O Pálido Olho Azul (2022) – filme de suspense com Christian Bale, por que ninguém esta falando sobre essa obra prima? Nada é o que parece, e quando você tiver certeza, pense de novo.
Um detetive aposentado recruta um cadete chamado Edgar Allan Poe para ajudar a investigar um terrível assassinato na Academia Militar dos EUA.
Cidade de Gelo (2020) – filme, romance simples, com muita vibe da animação “Anastácia”.
Na gelada São Petersburgo, um ladrão barato conquista o coração da filha de um aristocrata.
A Cozinheira de Castamar (2021) – 1 temporada, sem renovação. Mais uma história de amor improvável, que quebra barreiras. Produção espanhola.
Na Madri do século 18, uma talentosa cozinheira conquista o coração de um duque viúvo.
Sangue, Sexo e Realeza (2022) – 1 temporada. Produção britânica que navega pela vida escandalosa do rei Henry Tudor e as irmãs Ana e Mary Bolena. Um clássico revisitado! The Tudors deixou saudades.
Uma investigação das vidas dos monarcas mais perigosos, sensuais e icônicos da história, revisitando os dramas e escândalos da monarquia britânica.
Quantas dessas produções recentes você já assistiu? Quais outras produções da Netflix deveriam entrar nessa lista? A variedade é longa, e o caminho também. Assim como outros gêneros, os dramas de época não vão perder seu espaço e sempre haverá uma legião de aficcionados por história e romance para assisti-los.
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