Em 2018 estreou a comédia Os Farofeiros, que viria a ser um sucesso de bilheteria nacional. Cá estamos 6 anos depois finalmente tendo sua sequência! E neste ano tivemos a oportunidade de bater um papo com parte do elenco do longa: Maurício Manfrini (Lima) e Antônio Fragoso (Alexandre) falaram sobre suas experiências com a produção, comentaram os bastidores e até deram suas expectativas para o lançamento do terceiro filme.
O segundo filme traz um enredo similar ao primeiro, mas desta vez o passeio é por conta de Alexandre, que recebe uma promoção no trabalho e acaba levando toda sua equipe para uma viagem repleta de surpresas (não tão boas). A comédia é tratada com muita versatilidade, predominando as piadas mais escrachadas que funcionam independente da faixa etária do público.
É interessante perceber o modo em que o filme se desdobra para trazer uma história para toda a família, mesmo que em alguns momentos certas sequências busquem fazer determinado “público-alvo” rir. Apesar de se manter mais simples na maior parte do tempo, o longa ainda ousa em alguns momentos e constrói um humor mais conciso, tendo inclusive uma sequência de metalinguagem que critica com vigor o preconceito em cima do cinema nacional.
Os Farofeiros 2 cumpre muito bem sua proposta, o objetivo não é ser brilhante ou fazer as piadas mais inovadoras, complexas e difíceis de se compreender. A proposta é trazer um típico filme divertido que você pode deixar rolando na tv de um almoço de domingo em família e dar umas boas risadas.
Confira abaixo a entrevista:
• Como foi evolução pessoal do Maurício desde sua estreia nos cinemas em 2018 com os Farofeiros? Hoje é mais fácil se desvencilhar do Paulinho Gogó na hora da atuação?
(Manfrini) “O Paulinho Gogó já faço há 25 anos e tudo que está acontecendo hoje em dia é graças ao Paulinho Gogó.” Ele complementou contando que fazer o personagem do Lima serviu como um teste da sua química com a Cacau Protásio para um futuro filme do seu principal personagem: “se tivesse que aparecer a Nega Juju em um filme, eu acreditava que uma única pessoa podia personificar a Nega Juju e seria a Cacau”.
• Nos últimos anos tem acontecido uma ascensão da cultura do cancelamento, como vocês acreditam que isso afetou o filme? Isso impactou na forma como era decidido as piadas que poderiam ou não entrar e os assuntos que seriam abordados?
(Fragoso) “A cada cena a gente comentava e discutia. Precisamos fazer um plano b e para muita coisa o diretor não abriu mão. A gente faz as críticas de uma maneira bem-humorada, mas sem querer ofender a ninguém”.
“Muitas piadas, porque o mundo mudou, perdem a graça. É preciso ter essa visão e partir para algo mais inteligente.”
(Manfrini) “Não tem como fazer humor sem uma vítima no sentido pitoresco, no sentido de tipos diferentes. A gente brincou com todas as situações. Um filme morno não faz as pessoas se identificarem, a intenção não é machucar, mas a gente não pode abrir mão do humor”.
“Tudo tem limite, mas eu imponho meu limite. Se eu me sentir bem falando aquilo, eu falo. Mas tenho um bom senso, já contei muitas piadas que com o tempo percebi que não poderia mais contar.”
• O filme brinca e faz críticas com o preconceito diante do cinema nacional, como essa abordagem foi escolhida? Como vocês veem esse espaço que o humor nacional vem ganhando cada vez mais no cinema?
(Fragoso) “Acho que fizemos uma crítica inteligente para dizer que os filmes nacionais tem qualidade e sempre tiveram. Tem esse pensamento que filme nacional é ruim, nos primórdios existiam deficiências técnicas com imagem e áudio. Agora já não. O Brasil está igual a qualquer outro filme estrangeiro.
• O que podemos esperar para Os Farofeiros 3?
(Manfrini) “Já temos muitas ideias. Durante as filmagens surgiram várias situações de perrengue que vão entrar no 3 que já está sendo roteirizado.”
Ambos ainda comentaram que a pandemia atrasou o lançamento do segundo filme e tiveram problemas até mesmo por conta do crescimento do elenco infantil. E que dessa vez a sequência chegará mais cedo!
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