Crítica | O Menino e a Garça é uma viagem surrealista hipnotizante

análise Crítica O Menino e a Garça resenha do filme animação hayao miyazaki

Há quem diga que os filmes do Studio Ghibli são para serem sentidos, e não compreendidos. E o novo filme de Hayao Miyazaki, O Menino e a Garça, leva essa máxima a um novo patamar. Com a beleza do estilo de animação já característica do estúdio e carregado com um surrealismo que jamais veríamos em uma animação hollywoodiana, o longa é uma verdadeira obra de arte, que encanta o espectador de forma hipnotizante, mesmo com uma narrativa sobrecarregada.

O Menino e a Garça narra uma história sobre luto. Mahito, nosso protagonista, perdeu a sua mãe e agora precisa lidar com as mudanças em sua vida, já que seu pai se casou novamente. Somando esse fardo ao fato de que o mundo está passando pela Segunda Guerra Mundial, a vida de nosso menino não está nada fácil.

Assista ao trailer:

O mundo fantasioso criado por Hayao Miyazaki, além de possuir uma beleza invejável, é também curioso e interessante. As suas variadas seções misturam viagem no tempo, pré-vida, criaturas fantásticas e superpoderes de maneira tão curiosa que nada precisa se encaixar para fazer sentido, porque as coisas simplesmente são assim.

O filme conta com pouco mais de 2h de duração, e ao longo de seu desenrolar, percebemos o seu roteiro adicionando cada vez mais camadas à sua trama. Para quem está acostumado com uma narrativa mais redonda, com inicio, meio e fim, essa fórmula de contar histórias pode ficar um tanto quanto esquisita, já que parece que o filme não sabe para onde está indo.

No entanto, isso acontece porque o longa não está preocupado com o seu fim, apenas com o agora. É no agora que as alegorias acontecem, que o sentimento é mostrado e que nós, enquanto espectadores, devemos nos preocupar.

Enquanto sua narrativa fora do comum eventualmente gera desconforto, a qualidade técnica garante que o público continuará prestando atenção no que está sendo mostrado. Ou seja, mesmo parecendo desinteressante, em momento algum podemos dizer que o filme se perdeu.

O Menino e a Garça, enquanto último filme do mestre Hayao Miyazaki, é intrigante. E, de fato, mesmo sem explicações, o sentimento dessa experiência é único.

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