O ano de 2023 está sendo incrível para os fãs de animação, principalmente para aqueles que já estavam cansados da homogenia da Disney e Pixar. Após a revolução iniciada por Homem-Aranha no Aranhaverso (2018), outras animações buscaram novas formas de contar suas histórias, fugindo do padrão instaurado também pela casa do Mickey. De lá para cá tivemos algumas que merecem destaque, como Entergalactic (2022), Gato de Botas 2 (2022) e Nimona (2023), que usaram e abusaram de técnicas visuais para enriquecer suas narrativas. E é nessa nova safra que surge As Tartarugas Ninja: Caos Mutante, que possui uma história divertida e direção de arte belíssima, inspirada em Aranhaverso, mas criando sua própria identidade.
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Tentando se esquivar das histórias já conhecidas, mas abraçando o clássico que as fez populares, As Tartarugas Ninja: Caos Mutante traz uma trama simples, cumprindo seu papel e entregando muita diversão e boas cenas de lutas. Apesar de ser voltada ao público infantil, quem está lá para saciar a nostalgia não vai sair de mãos abanando, longe disso. A animação se preocupa em patrocinar lições educativas e homenagear suas origens, desde os filmes antecessores até sua origem nos quadrinhos.
Ao referenciar sem repetir, o filme demonstra a todo o tempo que não quer ser apenas mais uma adaptação das Tartarugas Ninja. O roteiro dá vida nova aos personagens, sem mudar as origens ou personalidade dos protagonistas, mas adicionando novas camadas a traços já conhecidos. Como, por exemplo, explicando como eles ficaram tão bons em artes marciais, e faz isso de uma maneira minimamente convincente, ou ainda imaginar como Donatello, o mais nerd do grupo, seria se fosse um pré-adolescente dos tempos atuais, com a cultua pop tão aflorada.
Assista ao trailer dublado de As Tartarugas Ninja: Caos Mutante
O estilo artístico empregado em As Tartarugas Ninja: Caos Mutante é uma verdadeira forma de expressão; se fosse uma pessoa, esta seria a sua personalidade. É comum assistirmos a filmes animados com boas histórias e com técnicas de animações que apenas cumprem o propósito de ilustrar o roteiro, sem nada excepcional ou extraordinário, mas isso definitivamente não acontece aqui.
Ao mesmo tempo que o enredo se desenrola, divertindo e entretendo o público, a direção de arte proporciona um espetáculo à parte, como se lêssemos um quadrinho super estilizado, feito pelo melhor ilustrador, escrito por um roteirista que sabe o que está fazendo e, para acompanhar, uma trilha sonora escolhida minunciosamente para harmonizar com cada evento. E o resultado não poderia ser nada mais do que impressionante.
Se antes havia um favorito absoluto para vencer o Oscar de Melhor Animação, agora a disputa ficou um pouco mais interessante.