Adaptações de jogos para o cinema raramente conseguem equilibrar fidelidade com criatividade e Until Dawn: Noite de Terror é mais um projeto que cai nessa casca de banana. O longa falha ao não capturar a tensão e hostilidade do enredo original, a sensação que tudo está a beira do colapso é deixada de lado para dar espaço a um roteiro que parece ter sido reciclado de várias outras produções do gênero, seja filmes ou games.
Na trama, um grupo de jovens vai até uma cabana isolada para encarar um trauma do passado (humm… me parece bem original), algo que rapidamente dá lugar a eventos cada vez mais bizarros e violentos. Rapidamente a situação se transforma em um jogo de sobrevivência contra uma ameaça sobrenatural. Enquanto isso, tensões antigas abalam os personagens e abalam suas decisões, que cobram um preço cada vez mais alto.
Veja o trailer DUBLADO de Pecadores:
A premissa até que encontra pontualmente familiaridades para quem jogou Until Dawn, mas o caminho até o clímax é mais cômico do que apreensivo. A direção tenta replicar o ritmo de um jogo, com cenas que simulam decisões ou apresentam múltiplas perspectivas, mas tudo soa mais vazio quando não temos o controle do player, além disso, a sensação de urgência se perde justamente na regra central estabelecida pelo roteiro. Fora que a tentativa de misturar estilos de outros títulos famosos do survival horror (impossível não reparar a inspiração em Silent Hill) acaba gerando uma sequência de inconsistência e suga a originalidade.
Visualmente, a produção também não é lá um modelo a ser seguido, há uma fotografia escura e efeitos que alternam entre competentes e caricatos e no mais, a direção de arte não consegue imprimir identidade. A atmosfera que deveria causar inquietação é diluída por um humor deslocado que por vezes parece zombar do próprio filme, mas sem nunca abraçar de vez a ideia como fez a franquia Evil Dead.
LEIA TAMBÉM > > > Pecadores é horror denso que vai muito além de vampiros | Crítica
O elenco se esforça, mas a maioria dos personagens são rasos e funcionam apenas como peças descartáveis de um tabuleiro que muda as regras a cada nova etapa. Nenhuma das subtramas se desenvolve com profundidade e o antagonista da vez não causa tanto impacto justamente por sabermos pouquíssimo sobre ele. A grande decepção paira na sensação de que Until Dawn virou apenas um rótulo comercial e não a base real do projeto.
O termômetro final até que não é um desastre completo, Until Dawn (2025) diverte em alguns trechos que adotam o ridículo, mas é outra vez uma adaptação distante do que os fãs esperavam. Ao invés de explorar as possibilidades narrativas que o jogo oferece, o filme escolhe trilhar outros caminhos que dispensariam completamente os conceitos originais do jogo. O resultado é mais um produto genérico de terror que se esconde atrás de uma marca conhecida, mas tem preguiça de construir sua própria identidade.
E para ficar por dentro das principais informações sobre a cultura pop, siga @6vezes7 no Instagram, TikTok, Twitter e YouTube!