Crítica | Apesar da dedicação do elenco, Mamonas Assassinas decepciona por seu amadorismo

Mamonas Assasinas análise Crítica do filme é bom resenha

Em 2023, o cinema brasileiro abriu suas portas para cinebiografias. Só este ano tivemos filmes como Nosso Sonho, Meu Nome é Gal e Mussum – O Filmis, obras que retratam a vida de personalidades marcantes da cultura nacional. Utilizando de muito sentimentalismo, qualidade técnica e bons roteiros, todos estes citados conseguiram, cada um a sua maneira, emocionar e cativar o público, entregando verdadeiras homenagens às figuras retratadas. Mas, infelizmente, Mamonas Assassinas não bebeu essa mesma água.

Assista ao trailer de Mamonas Assassinas – O Filme:

Assistir a um filme biográfico é também uma aposta na produção da dita obra. Isso porquê estamos vendo uma história que já aconteceu, é de conhecimento geral, portanto, cabe aos roteiristas e direção escolherem como vão contar os fatos para que eles virem sirvam aos propósitos narrativos e entretenham, para que não se tornem peças documentais.

Neste caso, o que vimos foi uma boa história mal contada. Atropelando qualquer possibilidade de emoção com sua montagem caótica, Mamonas Assassinas é também uma grande bagunça narrativa. Numa tentativa de condensar toda a aventura da banda em apenas 95 minutos, o enredo perde ritmo e se transforma em um resumão, cheio de momentos que não agregam em nada, literalmente.

Para além de cenas desnecessárias, o pior acontece quando as boas oportunidades passam despercebidas. O timing das emoções é inexistente. Por exemplo, vemos acontecimentos que deviam ser alegres, mas essa emoção simplesmente não chega até o público, porque essas passagens foram mal construídas. Sempre que o roteiro se prepara para deslanchar, ele é podado por um corte abrupto — reforçando a sua montagem inadequada.

O elenco principal é uma das poucas coisas boas nesta obra. Estrelado por Ruy Brissac (Dinho), Rhener Freitas (Sérgio Reoli), Adriano Tunes (Samuel Reoli), Robson Lima (Júlio Rasec) e Beto Hinoto (Bento), os cinco protagonistas se esforçam para fazer jus aos nomes das personalidades que representam, mas ficam de mãos atadas com uma direção que, definitivamente, não sabe onde quer chegar.

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Embora saibamos que produzir filmes no Brasil não é tarefa fácil — e que ninguém produz um filme querendo que ele seja ruim —, o amadorismo visto em Mamonas Assassinas é escancarado por atuações engessadas e cenas preguiçosas, como se roteiro e direção não servissem para nada.

A banda Mamonas Assassinas sempre foi sinônimo de alegria e irreverência, com suas músicas sendo motivo de risos e felicidade até os dias de hoje. De fato, sua história é inspiradora e emocionante, merecendo ser contada em uma obra que consiga transmitir todo esse sentimento de maneira genuína; infelizmente, não é o que vemos neste filme. O que é uma pena!

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