Crítica | Venom 3 abraça de vez o ridículo e brinca com relação entre Eddie Brock e simbionte

Depois de algumas idas e vindas entre seus projetos, a Sony parece finalmente ter tomado algumas decisões mais conclusivas sobre a abordagem de seus projetos. Contudo, isso não significa que a definição foi acertada, mas sim polarizadoras. Venom 3: A Última Rodada adota a veia cômica do universo como método de perspectiva e grande catalisadora dos acontecimentos, apresentando uma jornada mais divertida, mas que naturalmente perde o “peso” de importância e dilui a profundidade emocional da trama.

O longa começa imediatamente após os eventos de Homem-Aranha: Sem Volta para Casa, enquanto Eddie Brock (Tom Hardy) ainda está preso na realidade alternativa do nosso conhecido UCM. No entanto, ao voltar para seu universo precisa lidar com as consequências de suas últimas batalhas e fugir do governo americano. Do outro lado, o deus dos simbiontes Knull traça um plano para capturar um elemento capaz de fazê-lo escapar da prisão e redominar os simbiontes.

Veja o trailer:

Apesar de toda apelação mais jocosa, nos é apresentado um vínculo mais forte entre Venom e Brock. A amizade entre ambos é estabelecida de modo diferente da dualidade dos filmes anteriores, onde ora o simbionte via o humano apenas como um hospedeiro e ora o jornalista via a criatura apenas como um estorvo para seguir uma vida comum. Finalmente a conexão entre os dois é algo estável, que rende os maiores trunfos deste título e traz os momentos que podem, mesmo que minimamente, comover o público.

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Na ausência de Anne (Michelle Williams), é preciso manejar a adição de novos personagens, que em grande parte seguem um desenvolvimento pífio. E é aqui que se encontra o maior problema do roteiro: a trama precisa andar e para isso precisamos que novas figuras surjam para movimentá-la, mas lamentavelmente, tudo é construído a partir do acaso ou de uma premissa fraca, apresentada de modo muito acelerado.

É nesta altura que começamos a nos questionar coisas como o motivo de uma personagem que acabou de ser inserida ter tamanha relevância ou mesmo qual a ideia dos roteiristas para colocar um alívio cômico do filme tendo um impacto tão grande na batalha final. A cada mini arco que se fecha, somos presenteados com a sensação de que cada resolução foi fruto de uma grande coincidência ou de uma grande imbecilidade por parte do protagonista.

Um confronto final decretado pelo desejo de dançar do Venom (isso não é brincadeira) é o remate restante para designar o projeto como uma grande brincadeira. Tom este que impede que a dramaticidade dos minutos finais tenha grande valor emotivo à medida que o longa também não detém a ousadia e atrevimento para divertir quebrando a regra do subgênero de heróis – tal qual Deadpool faz em toda sua trilogia.

A última dança, do título original, tem uma conotação muito diferente depois de ver o que foi entregue. Um produto que quebra a expectativa da sua maneira, não é horrível, mas está longe de ser bom. Mais um enlatado de Hollywood que abusa da liberdade poética da comédia para esconder uma história mal-escrita. Lutas, explosões, piadinhas e outros recursos que divertem bastante e serve como uma ótima pedida para aquele filminho de sexta a noite enquanto mexe no celular.

***Obs: O filme tem duas cenas pós-créditos!

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