Crítica | Homem-Aranha Através do Aranhaverso é um espetáculo visual surpreendente

Homem-Aranha Através do Aranhaverso (2023)

O lançamento do primeiro filme sobre o Miles Morales mexeu com o cinema em 2018. A sua estética ousada impactou em outros projetos que vieram depois dele e as narrativas de heróis passaram a serem vistas com um outro olhar. Homem-Aranha no Aranhaverso foi um divisor de águas para o cinema de gênero e, por conta da sua inovação e qualidade, altas expectativas surgiram com o anúncio de uma continuação.

Nos tempos atuais, as produções passaram a ter uma dilatação excessiva ou a se dividirem em dezenas de partes apenas para o lucro dos estúdios e produtores. Com isso, a notícia de que o segundo longa-metragem sobre Miles teria duas partes preocupou o público. A Sony Pictures, no entanto, não decepcionou os fãs do Aranha com a nova produção. Homem-Aranha Através do Aranhaverso é um projeto deslumbrante na estética e extremamente eficiente em sua narrativa.

O longa chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (1) com a possibilidade de bater recordes de bilheteria no ano e, quem sabe, ultrapassar seu antecessor. A antecipação dos fãs já é um indicativo do sucesso do filme que deve tirar o fôlego dos amantes de hqs e do público com um olhar mais interessado para a estética do filme. Além disso, num momento de dificuldades do MCU em desenvolver suas histórias, Homem-Aranha Através do Aranhaverso é uma aula de como fazer uma sequência à altura do filme anterior.

Uma das coisas que mais marcaram o filme de 2018 foi a sua qualidade artística e representativa das hqs na roupagem do filme. Nesta sequência, a Sony permitiu que o departamento de arte do novo filme mergulhasse de cabeça. Evidentemente, com a liberdade artística que precisava ser dada, o resultado é surpreendente e deslumbrante. Homem-Aranha Através do Aranhaverso tem como marca registrada a reinvenção na forma de fazer a sua animação e o que o público verá nas telonas é de tirar o fôlego.

A estética minuciosa de cada uma das cenas também perpassa por outros setores do filme como o roteiro. O anúncio de uma sequência tão longe da primeira produção era um incômodo para os fãs, mas foi preciso esse tempo para desenvolver uma história com tantos personagens e entrelaces narrativos. O roteiro de Homem-Aranha Através do Aranhaverso não reinventa a roda – ainda mais quando se fala de multiverso, que é um conceito na moda nos últimos anos. O longa, no entanto, traz uma das histórias mais cuidadosas e bem pensadas sobre o tema.

Homem-Aranha Através do Aranhaverso (2023)
Cena de ‘Homem-Aranha Através do Aranhaverso’ (2023)

A sacada de Homem-Aranha Através do Aranhaverso é usar o multiverso como pano de fundo e não torná-lo o centro da discussão. Outros filmes, inclusive alguns da Marvel, fizeram isso e acabaram se perdendo ou se repetindo no decorrer da trama. A expertise desta sequência está no enfoque do dilema familiar de cada herói. A trama tem o foco dividido entre Miles e Gwen Stacy e ambos sofrem com o equilíbrio entre ser uma pessoa comum para suas famílias e a figura heroica para o restante do mundo. É essa dinâmica que faz deste longa uma das melhores histórias de super-herói dos últimos anos.

Além do uso eficaz do multiverso, o filme tem um apelo para os fãs do Homem-Aranha pelas inúmeras aparições ou participações do filme. Algumas das versões mais emblemáticas do teioso podem ser vistas durante a sessão, o que traz um ânimo ainda maior para quem é leitor(a) mais voraz das hqs. Um destaque necessário nas adições do elenco é a participação de Jason Schwartzman, Issa Rae, Karan Soni, Daniel Kaluuya e Oscar Isaac. Interpretando o Homem-Aranha 2099, Isaac une seu talento com a profundidade de seu personagem para trazer ainda mais camadas para Homem-Aranha Através do Aranhaverso.

Outro destaque necessário no elenco é Jason Schwartzman e seu vilão. A adição do Mancha em meio às tramas familiares e dilemas existenciais dos heróis tensiona ainda mais a narrativa. Além do trabalho de dublagem de Schwartzman ser brilhante, o crescimento do personagem durante o filme mostra a sua preocupação com a narrativa e o futuro do Aranhaverso. Assim, Homem-Aranha Através do Aranhaverso consegue ir adiante do que o seu antecessor pelas camadas e detalhes que tecem a trama.

O futuro parece ser uma força motriz dentro e fora de Homem-Aranha Através do Aranhaverso. Para os personagens, é o ponteiro do relógio correndo e o tempo para salvar os multiversos diminuindo.Para os alter egos comuns, é a faculdade que se deseja chegar ou os compromissos pessoais e familiares do cotidiano. Para a produção, o futuro é o caminho que levará o público ao que parece ser o capítulo final desta trilogia. A responsabilidade é imensa, mas a Sony parece ter consciência disso. Na verdade, o Aranhaverso é a melhor produção feita pelo estúdio na última década. Resta aguardar a estreia do terceiro capítulo, que está previsto para 28 de março de 2024.

Assista ao trailer!

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