Crítica | Garotos Detetives Mortos entrega uma aventura sobrenatural teen criativa e curiosa

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Garotos Detetives Mortos (Dead Boy Detectives, no original) chegou com a promessa de matar a saudade do universo de Sandman, sucesso de 2022. Mas ao assistir seus episódios, percebemos que a produção entrega bem mais do que ser apenas um spin-off. Na verdade, talvez o seu maior mérito seja esse, não tentar repetir a fórmula original, encontrando a sua própria estética narrativa.

Ao longo de seus 8 episódios acompanhamos Edwin Payne (George Rexstrew) e Charles Rowland (Jayden Revri) em sua jornada como detetives sobrenaturais. Para começar com o pé direito, a química entre os dois atores é ótima e realmente convence o espectador de que eles são amigos há décadas. As demais personagens que se juntam ao elenco principal, a medium Crystal (Kassius Nelson) e a otaku Niko (Yuyu Kitamura), colaboram de forma bastante produtiva para criar um grupo muito interessante de se acompanhar.

E ao contrário da obra original, Garotos Detetives Mortos não nega ser um produto da Netflix. Sua trama é recheada de dramas adolescentes e tem até um triângulo amoroso no meio de tudo, mas a grande maioria dessas coisas é bem utilizada. Porém, a narrativa derrapa quando dá muito enfoque em alguns arcos isolados. Ao desviar do tom de investigação para dar espaço aos dramas, a história fica desinteressante, soando como um momento filler.

Mas para a nossa sorte, sua premissa consegue usar métodos já conhecidos de forma criativa, tornando muito fácil devorar toda a série em maratona. Com um quê de Sobrenatural, somado à sua vibe teen, a trama consegue se diferenciar com conceitos paranormais não tão usuais. E isso é essencial para sair das sombras – literalmente.

A primeira metade de Garotos Detetives Mortos é muito fácil de digerir, já que é ali que somos apresentados aos personagens e à ideia original. Os problemas começam quando o enredo se prepara para o final. O roteiro foge das resoluções de casos paranormais na tentativa de emplacar um arco maior e interessante, mas isso acaba não funcionando tão bem. O arco romântico da série desequilibra a balança, afetando a nossa experiência.

Mais uma coisa que decepciona é o que acontece no último episódio. Algo que vinha sendo comentado durante toda a série finalmente acontece, mas sem peso algum para o todo. A quebra de expectativa é frustrante, deixando a sensação de “era só isso?”. E a decepção aumenta quando lembramos que Garotos Detetives Mortos é derivado de Sandman – e um fã service incrível poderia ter acontecido, mas não rolou, e isso é triste.

Como um todo, Garotos Detetives Mortos oferece uma boa experiência, matando a saudade de uma boa adaptação das obras de Neil Gaiman. Mesmo deixando a desejar em alguns pontos, com todos os seus diferenciais, a série possui um grande potencial e é bem possível imaginar o amadurecer e desdobramento de seu enredo ao longo das temporadas.

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