A ação é um gênero que sofreu muito com sua saturação ao longo dos últimos anos. Os mesmos tipos de herói, enredos muito semelhantes e até os atores passaram a ser “reciclados”, fazendo uma enxurrada de filmes que nós expectadores mal conseguimos diferenciar. Uma das medidas para driblar esta repetição é não medir esforços na criatividade e permitir que o gênero se combine a outros estilos, no caso de O Dublê, temos uma junção magnífica de ação e comédia.
Sendo consciente da sua própria premissa que beira o ridículo, o filme consegue entreter do início ao fim. Sem nenhuma “barriga”, você é bombardeado por cenas de ação (excelentemente dirigidas, a propósito) intercaladas por um humor muito bem conduzido. Ryan Gosling retorna as telonas para mostrar todo o seu potencial de camaleão e entregar um personagem extremamente carismático, assim como Emily Blunt se reinventa após se consolidar como figura marcante em papéis mais dramáticos.
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Na trama, somos apresentados à história de Colt Seavers (Ryan Gosling), o principal dublê do ator hollywoodiano Tom Ryder (Aaron Taylor-Johnson). Após grave acidente, Colt volta a participar de uma produção quando é chamado para investigar o desaparecimento de Ryder meio a realização de um filme.
Veja o trailer de O Dublê:
Esta obra é um deleite para qualquer que seja o público, mas funciona ainda melhor para os amantes mais ávidos do cinema. Uma comédia repleta de metalinguagem e piadas infames envolvendo a indústria de Hollywood, que faz com que o filme tenha algum impacto crítico, saindo da linha de piadocas frívolas e feitas na base da preguiça de boa parte das produções do gênero.
Levando em consideração os aspectos mais técnicos, o que é entregue surpreende bastante. Tanto na questão da qualidade dos CGI (efeitos especiais), quanto a forma que são comandadas as sequências mais frenéticas, dignas de um blockbuster. O elenco também se entrega com primor, sendo versáteis para os instantes de humor assim como são bem sucedidos nas linhas mais dramáticas, o que consequentemente potencializa a progressão dos personagens.
Há muito o que comentar e discutir sobre O Dublê, mas, acima de tudo, é de se destacar que o longa é uma excelente opção para quem for ao cinema nas próximas semanas. Uma história simples, trechos que vão te tirar o fôlego personagens cativantes que certamente irão te arrancar boas risadas. Além disso, no meio de tanta loucura, ainda é trazido a pauta da importância dos dublês para a indústria, uma reflexão bem interessante para quem é fã da sétima arte.
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