Crítica | Rivais mostra como uma partida de tênis pode virar drama caótico

análise Crítica Rivais resenha do filme novo da Zendaya

Em volta de muito burburinho e rumores de indicação ao Oscar, finalmente chega ao solo brasileiro no final do mês de abril o novo filme de Zendaya. Rivais traz uma essência carregada de originalidade e faz com que sua temática central relativamente simples nos apresente uma narrativa que nos deixa na ponta da cadeira, a todo momento esperando o próximo desdobramento de uma história surpreendentemente conturbada.

Tashi (Zendaya) é uma ex-jogadora universitária de tênis que, agora, acompanha seu marido Art (Mike Faist) no cenário profissional. Já se encaminhando para um possível final de carreira, ambos buscam uma recuperação do desempenho de Art, a fim de se provar ainda competitivo dentro do esporte. Para isso, ele é inscrito em um torneio secundário no qual precisará enfrentar um antigo amigo e companheiro de quadra, Patrick (Josh O’Connor).

Assista ao trailer de Rivais:

Três personagens em um longa com mais de duas horas. Lógico, há um ou outro figurante que em algum momento dá as caras para o enredo fluir, mas figuras realmente bem desenvolvidas são apenas o trio protagonista. E isso é algo incrível! Uma decisão muito acertada é não encher uma obra de figuras descartáveis e sem relevância para a trama, aqui vemos um roteiro que estabelece com primor suas principais personalidades.

Ao longo do filme, a evolução de quem vemos em tela gera uma sensação atípica de que já conhecemos aquelas pessoas. E é neste contexto que não se faz necessário um diálogo expositivo, explicações exageradas e artifícios preguiçosos nesse estilo. Um olhar, gesto ou fala curta são suficientes para compreendermos com precisão o que se passa no interior do personagem naquele momento. Tudo isso é, lógico, proporcionado pela entrega e desempenho acima da média dos atores envolvidos no projeto.

Há alguns aspectos questionáveis em relação a condução do Diretor Luca Guadagnino, mas que de forma alguma estragam a experiência, a tornam apenas ainda mais singular. Ainda assim, acho importante destacar o controverso slow-motion (câmera lenta) em momentos importunos ou até em um timing acertado, mas sendo um recurso exageradamente aplicado. Nesse viés, ao invés de trazer uma maior tensão, acaba apenas aborrecendo o expectador que só quer que a cena finalmente tenha uma resolução.

Além disso, Rivais é ousado e brinca com o espectador ao percorrer vários períodos diferentes do tempo em uma ordem nada linear, nos fazendo conhecer melhor as motivações dos personagens a medida em que trava a “linha principal” da história no seu ápice.

Certamente é uma proposta muito interessante que vale o seu ingresso, principalmente para quem gosta da temática de esportes e/ou romance. Tudo isso é envolvido por um drama que trata de questões inerentes a vida de qualquer ser humano: o sucesso, fracasso, arrependimento, ego e por aí vai. Com certeza, esse é um filme que será comentado por um bom tempo e por ótimas razões.

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