Opinião: Será que chegamos finalmente à era da acessibilidade e inclusão? Hollywood diz que sim!

Nada mais positivo e surpreendente do que o esforço da Disney e da Marvel em trazer mais acessibilidade e inclusão a suas produções. As histórias em quadrinhos de vários estilos já abordavam as diferenças, mas vê-las em destaque nos filmes e séries é novidade dos últimos anos. 

Àqueles que acabaram de começar a assistir ou ainda não viram Gavião Arqueiro, assista e observe como a inclusão e acessibilidade é apresentada de maneira explícita e constante nos episódios. É quase impossível não refletir sobre.

O filme Eternos também não apenas quebrou recordes, mas trouxe um elenco verdadeiramente misto em etnias, gênero e inclusão. O destaque mais impressionante do filme é a heroína Makkari, vivida pela atriz Lauren Ridloff, onde ambas personagem e atriz são deficientes auditivas, trazendo para o mundo Disney, a linguagem de sinais e a legendagem, mesmo no áudio original. O resultado disso não foi apenas um crescimento exponencial na procura por aulas de libras, mas na idolatria de várias crianças à heroína. Recentemente, me surpreendi com uma postagem de uma família de deficientes auditivos, onde a filha do casal apresentava e contava (em libras, é claro) com muita empolgação sobre o presente que acabara de ganhar: a boneca Makkari.

Além disso, o que muitas pessoas não refletem e até consideram apenas um “luxo” ou “frescura” de alguns, é que a opção legendada é essencial não apenas para quem gosta do áudio original, mas também para possibilitar deficientes auditivos de frequentar o cinema. No Brasil atualmente estima-se que existam quase 11 milhões de deficientes auditivos e 500 milhões no mundo todo. Números expressivos que mostram que há uma demanda a ser atendida.

A série Atypical do Netflix é outro bom exemplo de como as plataformas e estúdios estão empenhados em discutir e normalizar os temas em suas obras. Mesmo o ator protagonista não estando no espectro autista na vida real, sua atuação foi muito positiva e o esforço da série em envolver atores que estão em diferentes níveis do espectro, reforçam esse novo caminho, mostrando os desafios que eles encaram para conviver na sociedade e quebra de estigmas do espectro a cada episódio.

Até mesmo nas animações, podemos ver a representatividade, seja na deficiência física de Soluço na animação Como Treinar seu Dragão, que fala da perda da sua perna, mas focando sempre em suas habilidades além dela. Seja também através das novas princesas Disney, mais humanas e de diferentes etnias e origens, como Moana e Raya.

As oportunidades estão aí, o caminho foi desbravado, cabe às próximas produções e estúdios enxergarem essa “tendência” e trazerem ainda mais histórias e personagens reais a telona e a TV.

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