Crítica | Pânico 6 consolida a franquia como a melhor da história do terror slasher

Após mais de 26 anos do lançamento do primeiro longa, a saga Pânico segue arrepiando os fãs com seu sexto e mais sanguinário filme. Finalmente podemos ver os protagonistas longe de Woodsboro e aproveitar as novas possibilidades que a cidade de Nova York traz para o gênero.

Mantendo a estrutura narrativa já conhecida e abusando da metalinguagem, Pânico 6 (2023) não se resume a referenciar outras sagas — apesar de ainda fazer isso com primor—, e desta vez a própria franquia é sabiamente revisitada. Os assassinos anteriores, as vítimas, os sobreviventes e até as piadas são pontualmente usadas na dose correta, um verdadeiro deleite para quem acompanhou cada capítulo desta história.

Com a ausência de Neve Campbell (Sidney Prescott), a nova dupla de protagonistas brilha e consegue facilmente manter o interesse do espectador na jornada. Melissa Barrera (Sam Carpenter) e Jenna Ortega (Tara Carpenter) entregam tensão, drama e humor, não se intimidando com a responsabilidade de assumir uma das franquias mais clássicas do horror slasher.

Novamente sob a direção da dupla Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett, a trama possui uma atmosfera sombria, além de um Ghostface mais perigoso. Mesmo contando com um tom mais sério, o filme não perde suas tiradas e tem seus momentos de alívio cômico, porém mais tímidos, alinhados à proposta misteriosa e visceral que carrega. Aliás…   

ATENÇÃO A CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA. NÃO DIGAM QUE NÃO AVISEI! No Brasil, a sequência recebeu a classificação etária para maiores de 18 anos, o que é totalmente justificável em função do gore que vemos por aqui. Não vai faltar gente no cinema fechando os olhos durante alguns assassinatos. A violência é trabalhada como nunca antes visto na saga, mais crua e brutal, trazendo agressividade pura e impacto às mortes.  

Ghostface filme Pânico 6

Adiante, o filme ainda tenta sair da zona de superficialidade padrão do gênero e até traz uma subtrama envolvendo o “seguir em frente” da dupla protagonista um ano após os incidentes de Pânico 5. Nesse sentido, o meio digital também é levemente abordado, trazendo vertentes da cultura do cancelamento e fake news.

Mas calma… será que Pânico 6 é o melhor slasher já produzido? Longe disso. A questão é que depois de tantos anos, Pânico é o maior exemplo de regularidade entre as franquias slasher. Diferente de tantos outros (como Halloween, Sexta-Feira 13, A Hora do Pesadelo, Brinquedo Assassino etc) a fórmula continua funcionando e, com as devidas inovações, oferecendo tudo o que fãs do gênero procuram: um assassino memorável, mortes criativas, personagens cativantes e uma boa sequência final.

No entanto, nem tudo aqui é ouro. O filme repete alguns erros dos antecessores e cria situações que fazem nossa suspensão de descrença ferver e levantar questionamentos como: “Ele está rendido. Por que não tirar a máscara ou finalizá-lo de vez?”. Mas ainda que esses detalhes possam soar repetitivos, o saldo final é positivo e o filme consegue contornar qualquer sensação de desgaste da franquia e atender as expectativas dos fãs.

Um enredo que une tradição a renovação e certamente vale a pena ser assistido no cinema. Pânico 6 não só cumpre o prometido como ainda dá uma sobrevida a saga que parecia ter decretado seu fim em 2015. A sequência, inclusive, já deixa pistas e prepara terreno para um possível sétimo filme.

Tenha calma para ir embora, PÂNICO 6 POSSUI UMA CENA PÓS-CREDITOS!

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