Após mais de dois meses do seu lançamento na terra do Tio Sam, Os Rejeitados vem recebendo a cada dia mais reconhecimento. Já neste início de 2024, o protagonista do longa Paul Giamatti recebeu o Globo de Ouro como Melhor Ator em um Filme de Comédia. A produção finalmente chega ao Brasil na próxima quinta-feira, 11 de janeiro, e já vamos adiantar um pouco sobre como a obra é sinônimo de tradição, recapitulação e ousadia para o mundo atual do cinema.
A trama acompanha as situações de Paul Hunham (Paul Giamatti, como já citado) e Angus (Dominic Sessa), respectivamente um professor e aluno frustrados por serem forçados a passar as festas de fim de ano em plena escola. Contando com a companhia da chefe da cozinha Mary Lamb (Da’Vine Joy Randolph), eles tentam das mais diversas formas tornar aquele cenário mais agradável, enquanto isso se conhecem e começam a estabelecer laços afetivos mais profundos.
De cara já se percebe como o filme tensiona a não ser mais uma comédia convencional boba. Sua montagem e direção são inspiradas em clássicos de outras épocas, algo que convém com sua narrativa ambientada nos anos 70. Com um humor bem dosado que bebe de diferentes fontes, desde o mais básico humor físico até comentários altamente complexos no qual poucos irão entender a piada, o drama se estende e escalona a medida em que o enredo progride.
Características atribuídas aos personagens, que de início são puramente caricatas, vão ganhando forma até chegarmos no cerne da questão e aquilo ganhar um significado maior. A evolução das relações acontece de maneira gradual e crível, desenvolvendo uma margem muito menor de distância com o público, que por sua vez consegue se identificar mais facilmente com cada figura (por mais diferentes que sejam) e ter empatia por seus problemas.
The Holdovers, no título original, é uma grata surpresa para o início do ano (ou para o final do passado), mesclando com primor os gêneros da comédia e drama. Até pode-se apontar que somos transportados para uma outra época da sétima arte ou até mesmo da produção de conteúdo. Um ritmo mais lento e uma história sem grandes mirabolâncias, mas muito bem planejado e executado para prender o expectador e imergi-lo naquela situação.
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