A nova temporada de Emily in Paris chegou finalmente ao catálogo da Netflix, após uma estreia brilhante e uma primeira temporada doce e fashionista.
Os novos episódios mantém o ritmo da história e procura agradar pela continuidade, sem maiores surpresas ou mudanças. E isso acaba com o brilho conquistado anteriormente e carrega um pouco na monotonia da mesmice. Até mesmo a pandemia de Coronavirus, que se alastrou no mundo nos últimos anos, não foi sequer mencionada na temporada, como se a história acontecesse antes do fato.
Logo no começo, vimos Emily tentando lidar com as consequências de suas escolhas a respeito de Gabriel e ainda assim se aculturar com a capital francesa e o idioma. Além de podermos também acompanhar a evolução dos personagens secundários, ver mais de seu relacionamento com Mindy e Camille, conhecer a história de Sylvie e até de seu novo interesse amoroso, Alfie, um britânico, que assim como ela, está temporariamente na cidade luz. Tudo se desdobra em uma comédia romântica típica.
Emily tenta colocar sua carreira e sentimentos de lado para preservar sua amizade com Camille, enquanto se desdobra para ganhar credibilidade com Sylvie, ainda mais com a chegada de sua chefe americana Madeline, que chega da metade da temporada para o fim, deixando o escritório de pernas pro ar e todos os funcionários e vários clientes incomodados com o jeito americano dela de fazer negócios.
A primeira temporada, apesar de ser um sucesso mundo afora, causou muitas críticas por parte dos franceses, que não gostaram dos estereótipos retratados na série. Por isso, a sequência demonstra ser mais sensível e cuidadosa com as menções e foca mais nos perrengues da protagonista de Paris a Saint-Tropez. Há um claro deboche a cultura americana comparada a boa vida francesa nesse novo ano, talvez como compensação ou crítica a realidade.
Um ponto digno de menção é o desfile luxuoso, promovido no fim da temporada e traz uma variedade de corpos, raças e gêneros, uma contradição e até alfinetada a indústria da moda de luxo que ainda se prende a padrões de beleza.
Ao fim dos episódios, ficamos com um clímax do que pode acontecer com o futuro de Emily, continuar em Paris ou voltar a Chicago?
A série como um todo se mantém glamorosa, com figurinos de primeira linha e cenários de tirar o fôlego, mas como produção em um olhar crítico, a trama fica batida e cansativa, repetindo dramas clichês e desperdiçando o que foi conquistado na primeira parte. Me surpreenderia se ainda houver uma terceira temporada para a trama.