Estrelada por Ingrid Guimarães e Tatá Werneck, que já mostraram ser duas ótimas artistas do humor, a comédia brasileira Minha Irmã e Eu diverte ao proporcionar momentos engraçados e encanta ao utilizar a cultura pop brasileira a seu favor.
No entanto, ao se esforçar demais pela piada, o filme acaba por esquecer seu roteiro, empobrecer sua narrativa e deixar o público com uma sensação de déjà vu, como se apelar para a graça fosse sempre a única alternativa.
Minha Irmã e Eu é um filme genuinamente brasileiro e se orgulha disso. Ao utilizar a cultura pop nacional para fazer piadas e traçar a sua narrativa, o longa se mostra sagaz e muito divertido. Aliás, o timing do humor é realmente muito bom, Tata Werneck que o diga. Seus trejeitos, caras e bocas convencem e são muito engraçados. Os problemas começam quando a produção utiliza sua parte cômica de muleta esquece de dar corpo ao seu enredo.
Sabemos as motivações das protagonistas, quem elas são e onde estão, mas a partir daí nada mais se amarra. Coisas acontecem e são esquecidas no cortar de uma cena, e essas lacunas sempre são preenchidas com uma piada, que causam riso, mas não adicionam à narrativa – embora não possamos dizer que são enfadonhas.
Minha Irmã e Eu nos faz lembrar de outras comédias brasileiras que sofrem desse mesmo mal. De Pernas pro Ar (2010), Até que a Sorte Nos Separe (2012) e Meu Passado Me Condena (2013) são outros exemplos que privilegiam a piada em detrimento de trabalhar melhor seus enredos. Essa proposta de utilizar sempre a mesma formula até agrada a primeira vista, mas se torna cansativa pela repetição.
De todo modo, assistir a Minha Irmã e Eu é uma experiência que com certeza vai arrancar risos e garantir bom entretenimento. Mas não devemos esperar nada além disso.