Crítica | Mergulho Noturno e sua inacreditável piscina assassina

Mergulho Noturno

Já há algum tempo que o nome de James Wan relacionado a algum produto não significa um selo de qualidade, projetos recentes como a Maldição da Chorona denunciam esse fenômeno. A realidade é que o malaio ganhou um enorme status hollywoodiano e, hoje, passa a não mais dirigir, mas apenas assinar como parte da produção com o objetivo de vender o filme diante do discurso de envolvimento do renomado cineasta. Infelizmente, é o que acontece novamente com o lançamento de Mergulho Noturno.

O longa nos conta a trama de Ray Waller (Wyatt Russell), um ex-jogador de baseball que é forçado a se aposentar em decorrência de uma doença degenerativa. Junto a sua esposa Eve (Kerry Condon) e seu casal de filhos, decidem se mudar para uma nova casa com piscina para intensificar o trabalho de recuperação do atleta e começarem uma nova vida.

É impressionante como um projeto tão estranhamente autoral pode ao mesmo tempo ser tão genérico e abusar dos inúmeros artifícios de horror banalizados nas últimas décadas. Eu arrisco a dizer que a proposta narrativa é genial, mas no gênero errado. Se isso fosse uma comédia seria DIVINO, provavelmente se juntando a clássicos notáveis como O Ataque dos Tomates Assassinos ou O Sofá Assassino.

O comentário acima pode soar como piada, mas não. Seria promissor atrelar uma piscina amaldiçoada ao humor, acredito que esse poderia ser um recurso efetivo para que o público abraçasse a proposta com outros olhos. Já que aqui não há uma pessoa possuída, no qual não se pode simplesmente ser deixada ou uma entidade que persegue a família independente do lugar. Não, a maldição está na piscina, logo a solução é simples: NÃO VÁ PARA A PISCINA.

O roteiro até tenta contornar a fácil resolução, mas tudo acontece de modo bem inverosímil. Explorando demais a estupidez dos personagens e a suspensão de descrença do expectador. Outro ponto negativo é a forte “inspiração” em cenas específicas de filmes recentes de sucesso. Nem mesmo os jump-scares tem qualquer vestígio de originalidade. Alguns trechos são quase uma reprodução exata de outros filmes de Wan em um contexto diferente, como por exemplo a cena de invocação do mal na qual mãe e filha brincam de cabra-cega.

Um toque de Cemitério Maldito, uma pitada de Annabelle e a cereja inspiradora com a franquia Sobrenatural. Nem mesmo o título traduzido de Night Swin (Mergulho Noturno) conseguiu trazer algo diferente já que existe um filme homônimo de 2013. Este é mais um terror de shopping que vai te dar uns sustos e até umas risadas, mas não apresenta nada relevante e é questão de tempo para ser esquecido e viver no limbo dos filmes de horror superficiais e protocolares, feitos para gerar aquela grana e nada além.

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