Mais uma tentativa de revisitar um clássico dos cinemas tropeça bastante ao longo de seu percurso. Embora Lobisomem (2025) não seja um desastre completo, ele se mantém preso à mediocridade ao falhar em construir uma narrativa envolvente, personagens cativantes ou uma atmosfera de terror eficaz. O resultado é uma experiência esquecível, que deixa o público esperando por algo que nunca chega.
A trama gira em torno de Blake (Christopher Abbott) um homem aparentemente comum que após um acidente em uma viagem, percebe estar se transformando em algo muito mais perigoso e sua própria família, esposa Charlotte (Julia Garner) e filha Ginger (Matilda Firth), podem vir a se tornar vítimas. Infelizmente, o longa não consegue aproveitar esse ponto de partida promissor. Para o protagonista falta um background sólido que conecte o espectador à sua jornada, tornando difícil se importar com seus dilemas. Para piorar, a dinâmica familiar que deveria trazer peso emocional, é enfraquecida por atuações pouco convincentes e diálogos nada inspirados.
Veja o trailer:
Um dos maiores problemas do filme está na sua tentativa de criar tensão. A narrativa arrasta-se em um ritmo lento, focando demais na ambientação, mas sem alcançar o impacto esperado. O resultado é um excesso de cenas que tentam construir suspense, mas acabam sendo maçantes. O roteiro também não ajuda, os poucos eventos relevantes carecem de força dramática e parecem mais protelações do que avanços na história.
A direção de arte, outro aspecto fundamental em um filme desse gênero, decepciona. A fotografia escura, que poderia ser um recurso estilístico interessante, muitas vezes atrapalha a visualização dos detalhes, incluindo maquiagem e efeitos práticos. Quando comparado ao recente lançamento do horror Nosferatu, que usa a escuridão de forma funcional, o longa dirigido por Leigh Whannell parece, na verdade, tentar esconder suas limitações de produção.
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Por fim, a transformação do protagonista, que deveria ser o ápice da trama, ocorre de forma arrastada e previsível. A ausência de uma sensação real de perigo, especialmente para os membros da família, mina qualquer chance de engajamento emocional. Sem surpresas ou momentos memoráveis, o filme não consegue deixar uma impressão duradoura.
Em suma, ” Wolf Man”, no título original, é um filme que tenta, mas não entrega. Sua tentativa de atualizar um clássico cai no esquecimento por conta de um roteiro fraco, atuações medíocres e uma execução técnica inconsistente. Embora assistível, ele não oferece nada que justifique seu lugar no panteão do gênero e sua realização parece mais um projeto feito às pressas, tentando surfar na onda recente de reviver obras icônicas.
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