Crítica | Com um texto espetácular, Barbie supera as expectativas e entrega uma experiência cinematografica incomparável

Barbie resenha crítica do filme

Não existe nada parecido com o que vimos em Barbie. Se misturarmos Show de Truman, Matrix e Deadpool, talvez alcancemos metade da proesa cinematografica que Barbie entregou. Direção, atuação, caracterização, tudo parece estar em sinergia para oferecer uma experiência única, mas algo se sobressai: o roteiro!

Mesmo contando com um elenco para lá de estrelado e sendo uma história baseada em um dos produtos de maior sucesso de todos os tempos, o que sustenta a narrativa de Barbie é o seu texto ousado, audacioso e extremamente preciso. Indo das falas dos personagens aos acontecimentos casuais, tudo é muito bem escrito e nenhuma linha é desperdiçada. Cada coisa está de acordo com o seu propósito pós irônico, tirando onda com o que quer que seja.

E com um ótimo texto como maestro, todas as outras camadas cinematográficas recebem seu espaço para brilhar. Margot Robbie se diverte enquanto atua, como se brincasse de ser Barbie. Ryan Gosling, por sua vez, encara o papel de forma sublime, entregando um Ken plástico, propositalmente artificial. Incrível.

Para humor ou para o drama, o timing de Barbie, mais uma vez, se mostra perfeito. Com ótimas sacadas, não só referenciando o mundo real, como também colocando o público dentro do filme, nada igual foi apresentado no cinema até hoje. Podemos até buscar referências e possíveis inspirações, como os já citados no inicio, mas nenhuma outra obra apresenta uma metalinguagem tão bem orquestrada como este filme.

Tudo é pós irônico. Certas nuances não parecem ter sido pensadas para serem engraçadas. As coisas são como são e por acaso são engraçadas. E essa lógica funciona para as mais variadas camadas.

Indo além do entretenimento, a trama de Barbie representa de forma escrachada a nossa sociedade. Tocando em temas sensíveis, o filme não tem medo em machucar alguns egos, abordando o machismo estrutural de maneira sarcástica, criticando o empoderamento feminino superficial e aproveitando também para incomodar as corporações capitalistas, como a própria Mattel.

Barbie é um filme ousado a ponto de nos perguntarmos, “como alguém aprovou esse roteiro?” – mas ainda bem que aprovaram. O que temos aqui pode ser um ponto de virada para uma nova forma de contar histórias, sem se preocupar tanto com questão comercial A, B ou C, mas em garantir um entretenimeto memorável.

Por fim, o que temos aqui é uma obra que surpreenderá o mais cético dos cinéfilos. Com um mundo onde tudo é cor de rosa, Barbie é um mix de sentimentos. Uma profundidade que diverte ao mesmo tempo em que causa momentos de reflexão. Uma experiência e tanto!

Assista ao trailer de Barbie:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

conteúdo relacionado

últimas publicações