Crítica | Irreverente, ousado e absurdo, “Que Horas Eu Te Pego” garante ótimas risadas

Que Horas Eu Te Pego Jennifer Lawrence

A nova comédia de Jennifer Lawrence, Que Horas Eu Te Pego chegou aos cinemas despretenciosamente e entregou muito. É um filme divertido, solta piadas a todo o momento, mesmo que nem todas tenham graça. O seu humor mais adulto funciona, embora eventualmente zombem da “nova geração” de forma escrachada. Estilo muito recorrente de seu diretor Gene Stupnitsky, de Professora sem Classe (2011) e The Office (2005).

O enredo não é original, mas usa muito bem tudo o que tem, garantindo um ótimo entretenimento. Ele acompanha Maddie (Jenniffer Lawrence), uma mulher de 30 anos falida, que é contratada pelos pais de um jovem de 19 anos para acabar com sua timidez e ensiná-lo a aproveitar a vida antes de ir para a faculdade.

Passando pelas mais loucas situações, a dupla se aproxima e se conecta, falando de passado, futuro, relacionamentos e encerramento de ciclos, algo que todos vivenciam em algum momento de vida, mas sem deixar de lado o caos absurdo que uma boa comédia americana traz.

A parte dramática do filme também funciona, embora pudesse ser melhor explorado, talvez em uma possível continuação, mais madura e menos cômica.

No geral, Jennifer Lawrence está ótima, segue fazendo tudo e mais uma vez dá um show de interpretação, com uma personagem maluca, sem muitos escrúpulos e bastante atrapalhada. Andrew Barth Feldman como co-protagonista do filme faz muito bem o papel de desajustado introvertido. Talentoso, o jovem tem nesse filme uma das suas primeiras grandes oportunidades na telona, apesar de já ter estado em outras produções da TV e ser um rosto conhecido do teatro americano.

Além deles, vale ressaltar a presença de Matthew Broderick, que deixa as cenas ainda mais interessantes a cada vez que aparece e não perde a oportunidade de trazer referências de sua época e papel em Curtindo a Vida Adoidado (1986). Os demais coadjuvantes e elenco de apoio fazem bem seu papel, sem forçar a barra.

Mesmo tendo uma conclusão “feliz”, o final pareceu apressado, deixando faltar um pouco mais de desenvolvimento e profundidade no fim, para amarrar toda a trama. Após a verdade do acordo vir a tona, o jovem Percy (Andrew) tenta se vingar de Maddie (Jennifer), mas não consegue manter o rancor e faz as pazes com ela, depois de muita insistência e mais uma situação absurda e engraçada.

Se eles acrescentassem mais uns 15min de desenvolvimento e usassem arcos mais profundos, poderia ter sido um filme que não seria lembrado apenas pelo seu apelo humorístico. Mas como não foi essa a sua proposta, ele cumpre muito bem o seu objetivo.

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