Crítica | A Mulher Rei vai além da ação e entrega uma história superatrativa e necessária

A Mulher Rei é um filme que facilmente agrada a todos os públicos. Não por oferecer um pouco de cada coisa ou utilizar fórmulas populares, e sim por entregar uma aventura épica cheia de ação, momentos reflexivos e emocionantes, somados a uma crítica social profunda e necessária.

The Woman King (título original) é um épico histórico baseado em eventos reais, produzido pela Sony Pictures. Sua história acompanha as Agojie, um grupo de guerreiras composta apenas por mulheres que protegiam o reino africano de Daomé nos anos 1800, com habilidades e uma força diferentes de tudo já visto — sim, no mais puro estilo das Dora Milaje, da Marvel; aliás, se eles um dia cogitaram fazer algo relacionado à guarda real de Wakanda, não precisa mais, já foi feito!

Estrelado pela atriz vencedora do Oscar, Viola Davis não desperdiça uma cena sequer. Sua personagem, Nanisca, é uma General que carrega muitas cicatrizes, não só físicas como psicológicas, e por conta disso tem sempre um ar melancólico em torno de si. Compensando esse clima, Izogie, vivida pela atriz Lashana Lynch (Maria Rambeau, em Capitã Marvel), é um verdadeiro poço de carisma, proporcionando ótimas interações com os outros personagens. Seu elenco é composto majoritariamente por mulheres e pessoas negras, e conta ainda com nomes como John Boyega (Rei Ghezo), Adrienne Warren (Ode), Sheila Atim (Amenza) e Thuso Mbedu (Nawi).

Majestoso do inicio ao fim, A Mulher Rei não deixa a peteca cair nenhuma vez. As sequências de ação frenética prendem nossa atenção, os diálogos despertam nosso interesse e a fotografia, figurino e cenário nos fazem ficar deslumbrados. Um show de atuação à parte, cada personagem se faz presente de alguma forma e nada acontece de forma gratuita — nada mesmo. Seu embasamento histórico é uma verdadeira aula, ilustrando facilmente o drama vivido pelo povo africano com cenas tensas e sem nenhum tipo de expurgo. O nosso querido Brasil foi citado no filme, embora de uma maneira não tão feliz, já que os brasileiros da época eram bastante engajados no mercado escravista. De todo modo, é interessante esse fato ser rememorado num filme de tamanho prestígio, endossando ainda mais a preocupação os fatos históricos — e os personagens falaram português, o que foi bem legal.

Com acontecimentos arrepiantes e que podem facilmente nos arrancar lágrimas, é preciso fazer um grande esforço para não se atrair por Uma Mulher Rei. Com exceção das Dora Milaje, é complicado até mesmo traçar um paralelo com alguma outra produção, visto que o filme não cai no conto de seguir pelos caminhos mais fáceis, seguindo seu próprio ritmo e entregando ainda mais drama, equilibrado perfeitamente com alguns momentos descontraídos.

O longa foi dirigido por Gina Prince-Bythewood e pode facilmente ser descrito como o melhor filme do ano até aqui. Eletrizante de uma ponta a outra, Viola Davis brilha enquanto é apreciada por nós, o grande público.

Assista ao trailer de Uma Mulher Rei:

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