Indiana Jones, A Volta dos Mortos-vivos, Clube da Luta e até X-men; o novo longa do invocaverso de alguma forma conseguiu unir elementos de cada uma dessas produções, seja isso bom ou ruim. É bem verdade que seria difícil não superar seu antecessor e, de fato, A Freira 2 é um filme com mais personalidade e eficiência na hora de entreter, mas ainda assim é medíocre e não apresenta nenhum esboço de renovação ao que já vinha sendo feito.
A busca por um artefato misterioso. Os conflitos com os demônios sendo resolvidos na trocação sincera. Espera um pouco… eu vi um zumbi? E além disso tudo, desde quando a entidade tem os poderes da Jean Grey? Por mais que quando olhamos o todo, as situações possam beirar o ridículo, talvez seja esse desprendimento com a realidade que traz uma singularidade perspicaz. Esta, mesmo que não satisfaça, com certeza trará uma experiência levemente diferente meio a tantos outros projetos desta linhagem.
Assista ao trailer de A Freira 2:
O incômodo surge no meio comum às dificuldades mais habituais nesse estilo: a falta de propósito. Por mais que seja um filme pipoca e mais voltado ao grande público, seguindo o padrão dos produtos da família Warren, mais uma vez vem à tona a percepção de uma falta de comprometimento na construção narrativa. Muitas decisões desprezam a lógica e nossa suspenção de descrença precisa trabalhar acelerada para aceitar soluções como enviar uma freira sozinha para investigar/resolver os problemas causados pela morte de um padre.
A metodologia de construção do enredo parece não se importar com a coerência das sequências e busca apenas realizar incessantemente um jump-scare maior que o anterior. É a forma mais barata de assustar, aumentando a trilha sonora e jogando uma figura desfigurada na sua tela. Mas é neste cenário que a fragilidade se manifesta concomitantemente ao avanço do longa, o vínculo do espectador com cada núcleo de personagens é fraco e os incidentes não transparecem nenhuma urgência.
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Taissa Farmiga e Jonas Bloquet voltam respectivamente como Irmã Irene e Maurice, carregando um bom amadurecimento diante dos acontecimentos do primeiro filme. Storm Reid, que recentemente interpretou Riley na série The Last of Us, também dá as caras em uma tentativa de revitalizar o núcleo principal e possivelmente ganhar mais destaque no futuro.
O eixo infanto juvenil é o que temos de mais superficial. Com figuras extremamente estereotipadas, partindo da menina meiga e angelical até o grupo das garotas malvadas que aplicam o característico (e absurdo) bullying tradicionalmente retratado em produções norte-americanas.
A Freira 2 não surpreende nem decepciona. Visto o histórico da saga, cumpre as expectativas mais realistas, explorando o componente visual por meio de criaturas macabras e cenas gore. A profundidade de roteiro e fatores como o terror psicológico nunca foram virtudes desta categoria e desta vez não é diferente. Sobretudo, é mais do mesmo que vem funcionando nas bilheterias, um horror shopping center que pode divertir, mas dificilmente marcar.
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