Há alguns anos, quando pensávamos em adaptações para live-action, só o que vinha à nossa mente eram exemplos ruins, principalmente quando se tratava de animes, já que existem diversas obras que não foram bem adaptadas. Dragon Ball Evolution, Cowboy Beebop, Death Note, Os cavaleiros do Zodíaco e isso só para começar. Histórias famosas, com legiões de fãs, mas que não foram respeitadas em suas versões em live-action. Felizmente, One Piece: A Série foge dessa estatística, entregando uma obra fiel ao material original, que abraça os conceitos clássicos e não teme adaptar certos detalhes em prol da narrativa.
Quando o live-action de One Piece foi anunciado pela Netflix, o sentimento era um só, negação, e as expectativas eram para lá de negativas. Um dos principais questionamentos era a respeito da adaptação de seu universo, já que o seu tom é bem irônico e os seus personagens e construção de mundo exigiriam uma alta demanda dos efeitos especiais. Pois bem, o que era preocupação, acabou por tornar-se a sua principal qualidade. One Piece: A Série abraça com unhas e dentes o seu exagero estético super colorido e personagens estilizados, mesmo que para isso tenha que abrir mão da tensão e seriedade em momentos convenientes, pois não dá para ser sereno em meio a um espetáculo caótico.
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Se manter fiel ao material original ao mesmo tempo em que adapta detalhes cruciais é um dos segredos do live-action de One Piece para já agradar a grande parcela de fãs de longa data. Todos os seus personagens parecem ter saído diretamente das páginas do mangá, com suas origens, personalidades, designs e poderes mantidos, o que já garantiu a aprovação de muita gente. Quanto as adaptações, nenhuma delas se destaca a ponto de incomodar, pelo contrário, parecem ter sido feitas para contribuir com a qualidade da produção, se justificando narrativa ou tecnicamente falando.
E falando sobre a qualidade de sua produção, é fundamental citar a participação de Eiichiro Oda, criador de One Piece, no desenvolvimento da série em live-action. Pelo que sabemos, Oda teve muita influencia na tomada de decisões, seja na escolha do elenco, aprovação de cenas e pontos a serem adaptados. Por mais óbvio que possa parecer, contar com a participação do autor original vem se mostrando um fator determinante para adaptações de sucesso — vide a série The Last Of Us.
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Mesmo assim, toda e qualquer obra possui pontos negativos, e One Piece: A Série não escapa. Como falamos anteriormente, abraçar o exagero original do anime/ mangá se mostrou um acerto na maior parte do tempo, mas faltou equilíbrio. Os momentos que deveriam causar tensão acabaram passando batido, sem o impacto necessário para de fato torná-los marcantes. Seja no juramento do Zoro, despedida do Sanji, Shanks perdendo o braço ou no pedido de ajuda da Nami, todas essas situações são viradas de chave na obra original, mas aqui não ganharam a devida atenção.
Uma outra preocupação que surge é a respeito do plano para o futuro de One Piece: A Série. Nos primeiros 8 episódios de sua temporada inicial, vimos que a produção adiantou alguns acontecimentos e informações para estruturar a sua narrativa, e tudo certo quanto a isso. A grande questão que fica o que podemos esperar do futuro, visto que o mangá de One Piece ainda está sendo publicado e não tem data marcada para chegar ao fim. Será que a série pode seguir seu próprio rumo? Já vimos isso acontecer em Game Of Thrones e o resultado não foi nada satisfatório. De todo modo, de nada nos serve sofrer por antecipação, logo, só nos resta aproveitar o que foi entregue aqui, no presente.
Assista ao trailer do live-action de One Piece:
One Piece: A Série se consagra como um exemplo a ser seguido, garantindo diversão, cenas engraçadas e lutas muito bem coreografadas. Todos os episódios estão disponíveis na Netflix!