Quando falamos de uma série clássica e querida pelo público, sempre há o saudosismo e a nostalgia por mais.
Foi pensando nisso que a Paramount+ investiu e trouxe o revival de Dexter, intitulado Dexter: Sangue Novo. A nova temporada nos leva ao perturbado serial killer Dexter Morgan, 10 anos depois. A série original durou 8 temporadas, sendo finalizada em 2013, então a linha do tempo não é exata para a história mas pouco importa para a narrativa proposta nesse novo ano.
A obra com certeza se tornou um dos carros chefe da plataforma que ainda tem uma oferta míngua de produções a oferecer para o assinante. Mas sem dúvidas o show é um ótimo apelo para quem quis aproveitar o recesso de fim de ano e férias de janeiro.
Com a season finale lançada no último domingo (9), a nova temporada conta com 10 episódios e traz as consequências que os fãs da série tanto queriam ver: será que o Dexter consegue viver uma vida normal e separar sua obsessão do seu lado paternal?
Essa e outras questões são respondidas com maestria nessa temporada, que veio não para ser surpreendente ou diferente de antes, afinal de contas, se deu certo do jeito que era, qual a necessidade de mudar o estilo? E isso é de fato levado em consideração, a nova trama não inova, repete os absurdos, conflitos mentais e sacadas de antes.
(SPOILER ALERT!) O que temos de diferente nesse novo ano é a presença constante da irmã de Dexter, Deb, em seu dia-a-dia, como uma aparição e bússola moral para o vilão se manter na linha. O que não dura muito, já que Dexter é surpreendido pela aparição de seu filho Harrison e precisa lidar com a paternidade de um adolescente intrigante e muito inteligente, fazendo-o questionar sobre as semelhanças entre eles e o futuro de seu filho.
Todo esse drama acontece em meio a um crime que Dexter comete, em um momento de rápido descontrole e os desdobramentos que ele resulta, trazendo à tona fantasmas da pequena cidade e crimes ainda mais hediondos, o que leva Dexter a procura de outro serial killer, colocando-o assim de volta a velhos hábitos.
Os episódios seguem o dilema de Dexter em relação ao futuro de seu filho e foca muito na relação dos dois. A trama ainda conta com uma rápida participação de um velho conhecido, David Zayas, reprisando seu papel de Angel Batista.
O mais satisfatório desse revival é de fato a conclusão do arco do personagem, que ao se encontrar sem saída, mata um policial inocente e quando é questionado por seu filho, mostra sua verdadeira face e se entrega para sua redenção, ao ser fatalmente alvejado por Harrison, que aprendeu e até aceitou o código de conduta de Dexter, mas apenas para criminosos impunes.
Essa conclusão coroa a série como um excelente revival, sem muitas histórias e desfechos absurdos, trazendo e respeitando toda a série original e encerrando a história no momento certo e de maneira plausível a tudo que a série e o personagem representaram e mereciam.
Por fim, o revival pode até estar sendo usado como apelo a plataforma, mas para quem acompanhou e gostou do que viu até 2013, esse novo ano está imperdível e teve sucesso onde outras produções que tentaram, falhou.