Desde seu anúncio em 2021, a série Willow trouxe muita nostalgia e um pouco de expectativas a todos cinéfilos — principalmente aos nascidos antes da década de 90. O longa Willow – Na Terra da Magia, de 1988, foi criado e dirigido pelo próprio George Lucas, e trouxe uma narrativa incrível de criaturas fantásticas e a clássica disputa entre o bem e o mal.
A série lançada no final de novembro de 2021 trouxe a continução da história muitos anos depois, onde o reino de Sorsha properou e viveu anos de paz. Porém, como dizem, não existe paz que dure em um mundo repleto de magia e pessoas obcecadas pelo poder.
O último episódio foi lançado essa semana e concluiu a primeira temporada com um bom desfecho e um gancho para mais. Toda a trama foi construída ao redor de Willow e de Elora Danan — a bebê resgatada e protegida no filme original. Apesar dos esforços em fazer algo espetacular, a série como um todo é uma história açucarada, que apela para a nostalgia em diversos momentos, mas não elabora suas narrativas e pouco desenvolve a fundo a trama.
Os personagens também são caricatos, sem grandes atuações e pouco emocionam, mesmo nas cenas mais “intensas”. Se o objetivo era construir algo para toda a família, a Disney e o estúdio acertaram, mas como história original e/ou surpreendente deixou a desejar.
SPOILERS A SEGUIR
A série nada mais do que acompanhou um grupo de aventureiros formado pelo mago Willow (Warwick Davis), pela filha de Sorsha, a princesa Kit (Ruby Cruz) e sua fiel escudeira e amor secreto Jade (Erin Kellyman). Além do ex escudeiro de Madmartigan (Val Kilmer), Boorman (Amar Chadha-Patel) e o noivo prometido de Kit, Graydon (Tony Revolori). Que após o rapto do príncipe herdeiro Airk, irmão de Kit, decidem irem a seu resgate, apesar dos perigos que possam enfrentar, com os aliados da Rainha Bavmorda (que teria tentado matar Enora quando bebe).
Para essa busca o reino de Willow ganhou uma nova dimensão, novos males a serem enfrentados e vilões inesperados. A busca se torna ainda mais “importante”, quando a jovem cozinheira do castelo, que apaixonada por Airk, segue o grupo para tentar encontrá-lo, mas logo o grupo descobre que a garota na verdade é Enora Daran (Ellie Bamber), para surpresa de todos e até dela mesma.
O grupo então segue em seu caminho e passa por vários locais que foram cenários importantes do filme, e enfrentam perigos externos e seus conflitos internos, tudo isso enquanto Enora tenta aprender magia e atingir seu potencial com ajuda de Willow. Já nos episódios finais, eles se deparam com seus maiores dilemas e fazem escolhas difíceis para se protegerem contra o mal que tenta se instaurar. O desfecho é clássico e pouco emocionante, Enora consegue derrotar a Megera Alquebrada e evitar que o mundo caia no caos. E mesmo assim a história ainda deixa um dislumbre de um futuro próximo em uma cena pós-crédito, com uma visão de uma Enora maléfica convocando seus “monstros” para conquistar o mundo.
A impressão que fica é que os estúdios e produtoras estão abraçando novamente o mundo de fantasia, entregando várias histórias do gênero como Anéis do Poder e A Roda do Tempo. Todas parecem como ecos ressonantes umas das outras, faltando um pouco mais de originalidade em suas construções.
Ainda sobre essa primeira temporada de Willow, é interessante, todavia, o cuidado que tiveram em trazerem velhos conhecidos do filme original para a história, como se de fato, tudo fosse apenas uma continuação e não que mais de 30 anos separassem ambas produções. Conseguiram até mesmo honrarem o legado de Val Kilmer, que como mocinho protagonista do clássico, não poderia deixar de “aparecer” na série.
Não é certo de que a história vá ter mais uma temporada, mas ela encerra bem um ciclo e deixa outro em aberto. Nos resta aguardar para saber a decisão do Disney+ em dar mais uma chance a essa história.