Maio de 2025 chega com uma surpresa positiva dentro de um cenário em que muitas franquias de horror se esgotam ou se rendem à reciclagem preguiçosa. Premonição 6: Laços de Sangue consegue resgatar com precisão o que sempre definiu a série: a morte como força inevitável e engenhosa, funcionando como um personagem invisível e inevitável.
Sem tentar reinventar completamente a fórmula, o longa acerta ao apostar em sequências absurdas, efeitos práticos eficientes e uma autoconsciência que adota o absurdo como estilo próprio. A sexta produção da saga soa como uma celebração ao que sempre foi, mas ainda assim, não deixa de implementar novos conceitos que movimentam a narrativa e provocam a curiosidade.
Na trama, NÃO seguimos um grupo de pessoas salvas de um grande acidente por uma premonição de um dos envolvidos. A tradição já se quebra aqui contemplando o título do projeto e, dessa vez, somos apresentados a uma família descendente da primeira visionária dessa cronologia. A novidade surge no modo como o roteiro introduz a ideia de que o ato premonitório pode ter desestabilizado a ordem natural de forma ainda mais profunda do que nos filmes anteriores e, agora, uma família inteira está sob ameaças do próprio sobrenatural.
Assista o trailer dublado:
As mortes, como de costume, são o verdadeiro espetáculo aqui. As sequências são criativas, tensas e bem executadas. A direção induz o espectador a se preparar para o pior a todo momento, propositalmente causando um desconforto que estranhamente possui uma essência muito divertida. A condução também acerta ao manter o tom exagerado, com humor ácido que dá as caras em muitos momentos, mas respeitando certo limite para nunca ecoar como paródia.
Mesmo com alguns personagens rasos (que sempre surgem para nos apresentar uma criativa cena de morte), a presença dos coadjuvantes é por muitas vezes suficiente para manter o público interessado. A protagonista, por outro lado, carece de profundidade e carisma, o que não se torna um problema tão grande nessa fórmula que emprega a própria morte como núcleo principal.
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A narrativa continua a apresentar resoluções e pistas sobre o funcionamento das regras do universo da franquia, o que passa uma sensação de amplitude maior daquela realidade. Premonição 6 não tenta ser realista ou dramático demais, ele conhece suas origens e as abraça sem receios. Neste tópico, um ponto fora da curva é a presença de Tony Todd, em sua última aparição nos cinemas antes do falecimento. Mesmo com pouco tempo em tela, seu personagem ganha um aprofundamento inédito, trazendo uma camada emocional a mais aos fãs ao passo que oferece um encerramento digno e respeitoso ao seu legado.
Final Destination Bloodlines (original) renova a mitologia interna da franquia ao retomar conceitos esquecidos e testar novas ideias, abrindo portas para futuros desdobramentos de forma natural, sem forçar a barra. O filme oferece uma experiência mais leve, mesmo em meio ao sangue, reconhecendo e atendendo as expectativas do público com eficiência. A produção deixa um gosto agradável, um retorno eficiente para quem acompanha a série, provando que ainda há margem para explorar seus conceitos peculiares com originalidade.
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