A sequência de um dos maiores títulos da história do horror finalmente chegou aos cinemas com uma pegada similar ao que foi feito recentemente com Halloween (inclusive trazendo o mesmo diretor, David Gordon Green). Ignorando tudo que veio depois do clássico O Exorcista, de 1973, a nova produção é uma continuação direta, que tenta adaptar a obra para os novos moldes e linguagem do cinema.
Fortemente afetado pelas últimas produções do gênero, mas sem grande inspiração, o longa chega sem causar o impacto que o nome da franquia sugere. Um enredo simples que não consegue manobrar os diferentes artifícios do horror para chocar ou incomodar o público. O roteiro consegue ter originalidade enquanto aborda o arco de desaparecimento da dupla de meninas e tentar ousar ao revelar uma possível possessão dupla.
Veja abaixo o trailer de O Exorcista – O Devoto:
O problema mais visível é o projeto não conseguir reproduzir a atmosfera do primeiro filme. Esse fator aliado a quantidade massiva de produções lançadas no subgênero paranormal/sobrenatural faz com que a experiência final seja esquecível, a verdade é que se não levasse o nome de uma das maiores sagas do cinema, seria só mais um filme qualquer do ano.
Um ritmo mais apressado para se ajustar ao consumo atual do público não deixa tempo para que os personagens e a mitologia sejam adequadamente desenvolvidos. O elenco não apresenta grandes estrelas consolidadas e o maior destaque provavelmente vai para Leslie Odom Jr., interpretando o protagonista Victor, além do retorno de Ellen Burstyn, reprisando Chris MacNeil – a mãe de Regan.
Tudo o que envolve o projeto está na linha do razoável, sem pender para nenhum dos lados; a direção não deixa a desejar, muito menos atinge algum nível de brilhantismo. Em uma das tentativas de fugir do padrão, somos presentados com um grande fan service, que no final é mais um recurso para aflorar a nostalgia, porém não faz diferença no resultado, visto que todas as soluções são jogadas em cena sem grandes explicações.
O Exorcista – O Devoto não é uma grande decepção, também não se encaixa como um filme memorável. Não há comparação entre este e o clássico, mas certamente é uma experiência válida para os fãs da franquia que querem revisitar o universo e receber algumas respostas que ficaram abertas durante todo esse tempo.
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