Em 2015, George Miller nos presentou com Mad Max: Estrada da Fúria, o provável melhor filme de ação da história do cinema. O longa narra uma aventura épica tão impressionante que nenhuma outra obra chegou perto de sua maestria. Agora, em 2024, retornamos a esse universo com Furiosa, uma prequel que entrega uma experiência cinematográfica digna de aplausos e aprofunda uma das melhores personagens do cinema contemporâneo.
Estrada da Fúria conquistou impressionantes 6 estatuetas do Oscar e é considerado o grande filme de ação de sua Era. O masterpierce. Quando esse é o parâmetro de avaliação, qualquer outra produção já começa em desvantagem. Sabendo disso, Furiosa: Uma Saga Mad Max veio carregado de expectativas, no entanto, realmente não consegue alcançar o seu antecessor – e isso de forma alguma é um demérito.
Assista ao trailer de Furiosa:
A história contada em Furiosa soube explorar muito bem as brechas que tinha, uma vez que já sabíamos o que acontece no futuro. Olhando para tudo o que foi mostrado, é difícil de imaginar aquilo de uma maneira diferente. George Miller de fato sabe como produzir bons personagens e deixar seu universo cada vez mais rico, adicionando detalhes à sua mitologia que funcionam harmonicamente, mesmo com mais de 40 anos desde o primeiro longa.
Contudo, apesar de Furiosa funcionar muito bem quando analisada de forma abrangente, o filme tem sim seus problemas. A primeira hora, ainda que seja fundamental para introduzir certos eventos, é muito lenta e sua narrativa se estende mais do que deveria. Durante boa parte desse percurso, fica no ar a sensação de monotonia, o que logo nos arremete a Estrada da Fúria, que de cara nos insere em um ação para lá de dinâmica.
Como dito, esse tempo tomado para mostrar a origem da personagem se justifica com o desenrolar de seu desfecho, sendo um sacrifício válido para entendermos sua real motivação. Portanto, mesmo essa “falha” é útil quando podemos ver o que vem a seguir: um show de atuação, com cenas de ação memoráveis e um único sentimento, a fúria.
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Imaginar outra atriz que não Charlize Theron no papel de Furiosa é uma missão difícil, mas Anya Taylor-Joy faz o impensável em uma das melhores atuações de sua carreira. Ela transmite uma emoção tão genuína, que entendemos facilmente o motivo dela ter poucas linhas de diálogo: ela não precisa dizer nada para ser extraordinária.
Do mesmo modo, Chris Hemsworth também está muito confortável no papel de antagonista e seu trabalho era igualmente complicado. Representar um vilão no mesmo universo de Immortan Joe (Hugh Keays-Byrne, em Mad Max: Estrada da Fúria, mas que aqui foi vivido por Lachy Hulme) é um trabalho difícil, mas ele obteve êxito justamente por seguir um caminho paralelo. Seu personagem sádico e masoquista, mas com um ar sarcástico, lhe caiu muito bem.
E claro que não podemos esquecer deles, os amados e odiados efeitos visuais. Tirando o elefante da sala, pouco se nota aqui a respeito de efeitos práticos, se é que eles existiram de forma grandiosa. Todas as cenas são muito bem construídas e os efeitos estão de fato servindo muito bem ao seu propósito e bem acimam da média do padrão de hollywood dos últimos anos.
Contudo, o uso do CGI (efeitos especiais) é bastante percebido, não de forma ruim, mas é notório quando algo foi feito digitalmente – o que passa longe de comprometer a experiência do filme.
A grande verdade é que Furiosa: Uma Saga Mad Max é um grande filme de ação, mas vai sofrer muito pela comparação com Mad Max: Estrada da Fúria.
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