Após pouco mais de dois anos, chegou aos cinemas a sequência do aclamado Duna, vencedor de seis estatuetas do Oscar e considerado um dos melhores lançamentos de 2021. O novo longa traz a continuação no exato ponto onde se encerra a primeira trama, seguindo a história de Paul Atreides, que agora vive em uma nova comunidade e precisa se adaptar aos novos desafios e objetivos.
“Uma mistura entre Star Wars e Game of Thrones”, esse é um comentário que volta e meia é reproduzido por parte do público. A continuação só fortalece mais ainda essa ideia, que basicamente reflete o modo com que essa franquia, muito bem conduzida pelo diretor Denis Villeneuve, entrega uma criação de mundo muito bem desenvolvida e rica em detalhes (diferente da maioria esmagadora dos projetos que se propõem a tentar algo do gênero).
Duna – Parte 2 é como uma viagem para conhecer uma nova cultura, apreciar a dissemelhança entre os povos e, diante da perspectiva de um protagonista “estrangeiro”, mergulhar sobre as possibilidades que mudanças podem trazer. O enredo é bem linear e possibilita que o roteiro foque em, mesmo nas situações mais simples e corriqueiras, evoluir o desenvolvimento daquele universo e aguçar a curiosidade do público.
Assista já ao trailer:
O que torna a progressão de mundo ainda mais fascinante é o cuidado oferecido a cada personagem, não os-trazendo como meras figuras que servem para a história avançar. Sem cair em clichês da ficção, o longa busca aproximar o espectador traçando fortes paralelos entre o lúdico e o mundo real, tal que temas como segregação, ambição e, principalmente, o messianismo são tópicos centrais da obra.
Timothée Chalamet é uma figura que vem ganhando um maior espaço na indústria hollywoodiana (estrelando recentemente a nova adaptação de Wonka – você confere a crítica clicando aqui) e mais uma vez mostra um grande talento em se moldar ao que o roteiro lhe exige. Desde os momentos de fisicalidade, combate até o drama e, principalmente, o protagonista consegue trazer credibilidade sob sua transformação ao longo do filme, algo que se feito de modo desleixado, poderia soar como uma mudança muito brusca.
Zendaya, Christopher Walken, Austin Butler, Rebecca Ferguson e Javier Bardem também têm seu destaque e executam com primor suas funções narrativas. Todo o elenco de apoio consegue ajudar na evolução do arco principal à medida em que individualmente ganham mais camadas e sugerem mais empatia diante do público.
No frigir dos ovos, Duna 2 pode ser visto como apenas um fio narrativo no planejamento de uma grande saga, já que a história não progride tanto quanto o tempo de filme sugere ou tampouco é determinado algum ponto final. Mas é fato que, tecnicamente, o que nos é entregado é um projeto singular e cheio de personalidade. Algo que se distancia muito daquela típica produção que você assiste e uma semana depois já não se lembra de mais nada.
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