Como já diria Harvey Dent, no filme Batman – O Cavaleiro das Trevas, “ou você morre como herói ou vive o suficiente para se tornar vilão”. O Capuz Vermelho está aí para provar isso.
O luto do último episódio da segunda temporada lançada antes da pandemia mal passou e o primeiro episódio já trouxe uma típica cena de ação onde vemos quase todos os Titans – exceto Ravena, pegando o bandido e sendo tietados pelos oficiais que atendem a ocorrência. Além de uma forte referência a Piada Mortal logo no primeiro dos 13 episódios, que trouxe esperanças de um ritmo dinâmico para a produção.
Perdas, armadilhas, mais perdas e no fim, todos buscam uma saída para uma vida “normal”.
Mas o que é normal para um herói?
Até os aposentados não aguentam a monotonia e arrumam alguma maneira de participar da ação.
Um pouco de humor indireto que pode não ser intencional mas inevitável não pensar: diversos momentos em que eles são questionados a respeito de não estarem em “DC“, capital americana e mesmas letras da editora por trás da série.
Personagens que já vimos e revimos em vários filmes do Batman e que a série Gotham já havia trabalhado tão bem: Coringa, Bárbara Gordon, Espantalho, Arkham.
O sentimento que fica ao longo da série é que eles tingiram as histórias de outras cores e reapresentaram ao público, um pouco batido e decepcionante pela pouca originalidade. O poço de Lázaro e a contaminação da água de Gotham, para citar dois exemplos.
SPOILERS A SEGUIR
Bárbara Gordon como a comissária Gordon e aposentada Batgirl, pareceu peculiar depois de tantas outras versões e diferentes maneiras de contar essa história.
A série continua apresentando muita bagagem e histórias em um mundo pós Batman, com várias menções a histórias que já aconteceram.
Em momentos pontuais da primeira metade, vemos uma descontrolada Kory, que tem dificuldades em se concentrar e manter o controle depois de tantas perdas. Essa situação a leva a encarar suas origens e temos finalmente uma resposta ao gancho da temporada anterior. Depois de algumas desavenças a reunião de família parece dar certo, trazendo a trama um novo rosto: Estrela Negra (Damaris Lewis), que sem alternativas, acaba ficando com os Titans. Ainda nesse arco, aprendemos mais sobre a história e família de Estelar.
Já na segunda metade da temporada, vemos os esforços dos Titans para derrotar Jason e finalmente vimos Ravena, junto com as Amazonas, atrás da alma de Donna.
Em um episódio paralelo a todos os acontecimentos em Gotham, vemos Tim no trem pós vida, desesperado após ser alvejado pelo Espantalho e acaba dando de cara com a falecida Donna. Ainda assustado, ele foge do trem e é perseguido por ela, que tenta convencê-lo a voltar, nesse momento eles são surpreendidos por seres sobrenaturais que querem elimina-los da existência e o Rapina aparece para salvar o dia. Os três acabam indo atrás de uma lenda que ajudaria em suas ressurreições mas devido a uma emboscada, apenas Donna e Tim conseguem voltar ao mundo dos mortos e temos um fim pro arco do Rapina, que se contenta em assumir uma posição de protetor do além.
Esse episódio em particular só demonstra o desespero da série em ter o que contar, desperdiçando episódios em coisas bem aleatórias. No desfecho temos reuniões, mortes e renascimentos reforçando o apelo da série de quem ninguém que morre, fica morto. Nem o vilão da temporada, Crane – O Espantalho, foi impactante o suficiente para ganhar destaque. Passou, manipulou e foi derrotado.
A conclusão com essa temporada foi de que, com apenas 3 ou 4 episódios, toda a história poderia ter sido contada, os demais episódios foram fillers, enchedores de linguiça. Mesmo no final, com a ressurreição de Dick e a possibilidade de vê-lo assumindo o manto do Cavaleiro das Trevas, não empolgou. E, ainda assim, uma temporada seguinte já esta confirmada,
Apesar de gostar muito desse estilo da DC, o drama raso e os conflitos existenciais ficaram monótonos para uma terceira temporada, nota 6.