Conheça Primal, a incrível animação de Genndy Tartakovsky, mesmo criador de Samurai Jack

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Lançada em 2019 pelo Adult Swim, Primal é uma série animada criada por ninguém menos que Genndy Tartakovsky, animador Russo-Americano, vencedor do Emmy Award e responsável por outras animações famosas, como O Laboratório de Dexter, Samurai Jack e Star Wars: Guerras Clônicas.

A história nos leva de volta à pré-história, na aurora da evolução, onde um homem das cavernas (Spear) e um dinossauro fêmea (Fang), cuja espécie está à beira da extinção, formam um vínculo através de tragédias e se tornam a única esperança um do outro para sobreviverem em um mundo sombrio e traiçoeiro.

Assista ao trailer de Primal:

Assim como Samurai Jack, Primal também é extremamente contemplativa. Se na animação do samurai temos diversas cenas onde a narrativa visual conduz toda a trama, dessa vez vamos ainda mais além, pois Primal não possui NENHUMA linha de diálogo em sua história principal. A explicação para tal é bem óbvia: naquele tempo ainda não existia comunicação verbal, e como os protagonistas são um homem das cavernas e uma T-Rex, uma conversa seria impossível.

Mas é bem possível dizer que as palavras faladas não fazem nenhuma falta para a trama, onde, por vezes, todo o peso de um momento só é possível porque a comunicação é escassa, nos forçando a ficar atentos a todo o tempo, vidrados, sem tirar o olho da tela. Isso, como estratégia, funciona bastante, mas o que recebemos é também um entretenimento muito bom.

A série animada Primal é historicamente imprecisa e não quer nem saber de nenhum compromisso com a realidade, partindo já de sua premissa, uma vez que homens e dinossauros nunca conviveram. Entretanto, ao longo da história vamos tendo melhores exemplos disso, já que a série deixa de ser apenas uma trama pré-histórica e abraça a ficção científica e até fantasia. Indo de bruxas, divindades vikings, dinossauros zumbis e morcegos vampiros, todos esses elementos aparecem ao longo da narrativa de forma precisa e fazendo sentido ao longo de cada episódio, sem nunca abandonar o seu ideal.

Por conta dessas misturas, de homens das cavernas à civilizações egípcias, fãs criaram uma teoria de que Primal se passasse num futuro pós-apocalíptico — onde será que eu já vi isso antes? —, que de alguma forma bagunçou a evolução humana. Sobre isso, Genndy Tartakovsky, o criador da animação, negou e deixou claro sua liberdade criativa:

A série, eu sempre disse, é uma mistura. Há homem e dinossauros, então você sabe que historicamente não é preciso. Então temos bruxas, magia, morcegos-vampiros. Ser arrastado para o submundo para se empoderar para a vingança faz parte disso”, declarou em uma entrevista para o site Entertainment Weekly.

A qualidade narrativa é indiscutível. Tudo o que vemos em tela é fascinante e somos surpreendidos a cada novo elemento apresentado. Apenas o final da segunda temporada pode dividir opiniões, mas ainda assim não deixa de ser bem feito.

Sobre uma 3ª temporada, Tartakovsky já deixou claro sua vontade de transformar Primal em uma antologia, trazendo novos personagens e cenários, apesar de nada ter sido confirmado até então:

Eu não quero continuar essa história. Eu sinto que nesta temporada nós fizemos tudo, de certa forma. Eu quero que ela se torne quase uma série de antologia, em que a terceira temporada ainda seria chamada de Primal, mas com um subtítulo diferente. Pouco diálogo, alta emoção, sobrevivência, crueza, narrativa visual: todas essas coisas, mas com personagens diferentes. Há mais coisas que eu quero fazer com Primal, não necessariamente Spear e Fang”.

As duas temporadas de Primal estão disponíveis na íntegra na HBO Max.

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