M3GAN 2.0 é a galhofa mais alucinada do ano | Crítica

M3gan 2.0 (ou simplesmente Megan 2) é a sequência que muda os pilares do original, mas entende perfeitamente o que se tornou. O terror mais pontual do primeiro filme é esquecido e a franquia assume de vez um tom exagerado, abraçando de vez o absurdo e ridículo. O que antes flertava com o suspense agora mergulha de cabeça na ação e na comédia, entregando uma experiência que não tem medo de soar tosco, desde que seja divertido. E, surpreendentemente, essa virada de chave funciona.

O enredo traz M3gan de volta ainda mais evoluída, mas agora lidando com alguns questionamentos mais humanos. A história se passa algum tempo depois dos eventos do primeiro longa, com alguns novos personagens e uma evoluída forma tecnológica que vai ganhando corpo como uma ameaça global. A boneca, agora mais ciente dos valores humanos, passa a tentar compreender melhor as pessoas e ganhar seu espaço enquanto mergulha em situações absurdas que permeiam o puro caos.

Veja o trailer dublado de M3gan 2.0

A decisão de abandonar qualquer realismo ou tensão constante abre espaço para que o projeto abrace de vez o nonsense. As cenas de ação são exageradas, mas bem executadas, e a montagem prioriza o ritmo acelerado que não deixa tempo para pensar demais ou mesmo questionar as decisões sem sentido. Gemma (Allison Williams), protagonista do original, retorna em situações cada vez mais ilógicas à medida que o filme avança, ainda assim, tudo é feito mediante um tom que impede que os deslizes soem como erros. O absurdo é intencional e, dentro dessa proposta, funciona com eficácia.

O maior mérito da produção muito provavelmente é sua autoconsciência. O longa sabe que está beirando o ridículo o tempo todo e é justamente por isso que não tenta se explicar demais ou fingir profundidade. Ele diverte com as próprias invenções, exageros e coincidências, sem tentar enganar o público tentando parecer mais complexo do que realmente é. A figura M3gan continua sendo uma das mais originais dentre as recentes dessa natureza, principalmente por seu humor ácido, se distanciando dos bonecos padrões do gênero do terror. Sua presença caricata é indispensável para a proposta ser convincente e o roteiro fique livre para viajar na própria insanidade.

O saldo final dessa sequência é a percepção de que foi entregue exatamente o prometido: uma experiência divertida, exagerada e sem compromisso algum com a racionalidade. Nem toda obra precisa romper barreiras e ser excepcional, às vezes as pessoas só procuram relaxar, rir e curtir o espetáculo visual, sem ponderar coerência ou complexidade e para isso precisamos de filmes que abarquem essa proposta. A leveza torna M3gan 2.0 tão eficiente, explorando ao máximo o puro suco do absurdo.

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