A nova minissérie de drama policial do Netflix, A Mais Pura Verdade, estreou ontem na plataforma e traz uma atuação incomum de Kevin Hart, interpretando o famoso comediante de stand-up, Kid, que se envolve em uma rede de mentiras e mortes que se expande a cada episódio. Hart se entrega muito ao seu papel, enquanto Wesley Snipes se esforça como irmão problema, mas não brilha. O enredo beira o óbvio e o desfecho é previsível.
Me surpreenderia se houvesse uma segunda temporada, mesmo esse estilo de crime impune ser um dos favoritos dos fãs de séries do gênero. Em uma avaliação de 0 a 10, a série cai fácil em 6, podendo, talvez, alcançar um 7, ao levar em conta o esforço de Hart para engajar.
Ao se envolver em uma morte acidental após uma noitada promovida por seu irmão mais velho Carlton (Snipes), Kid (Hart) decide não envolver a polícia no caso, com medo de perder tudo o que conquistou e contar com a ajuda de seu irmão para resolver “o problema”.
A trama se agrava quando Kid assassina Ari (Billy Zane), o homem enviado por Carlton para resolver a situação, pois não queria lidar com chantagem. E ao fazer isso, o cerco se afunila ainda mais quando os irmãos do morto o procuram, ao mesmo tempo que, um fã obsessivo de Kid, tem imagens comprometedoras de Kid e seu irmão. Em alguns momentos, os irmãos conseguem deixar as coisas sob controle, mas tudo se mostra temporário e eles precisam agir para resolver sua situação de uma vez por todas.
Nos episódios finais, Carlton soluciona os problemas de ambos ao entregar o fã obsessivo como responsável pela morte de Ari a seus irmãos assassinos, que o matam, mas pouco depois não se convencem de que o fã era de fato culpado e pressionam Carlton pela verdade.
Plot twist não tão surpreendente assim: A suposta morte acidental que levou Kid a embarcar nesse looping de chantagens e mortes, foi forjada por seu próprio irmão, na tentativa de extorqui-lo. Quando Kid percebe a farsa, confronta seu irmão durante um jogo de basquete e decide romper com ele, mas ambos são surpreendidos pelos irmãos de Ari e em um ato final pela sua liberdade, Kid atira nos dois assassinos e no próprio irmão, armando a cena como se fosse um último ato heróico de seu irmão para protegê-lo.
No fim das contas, o ocorrido aumenta a popularidade de Kid, que usa do fato para se promover, mesmo após ter contado a “verdade” a seu empresário, e guarda-costas.