As vésperas de Natal, tivemos a conclusão da série épica de fantasia da Amazon Prime Vídeo, A Roda do Tempo.
As incertezas ficaram de lado e o saldo se mostra positivo. A primeira temporada se concluiu com louvor, potencial e amarras para continuação. Os episódios finais foram acelerados e repleto de revelações e cenas de ação, fazendo jus ao posto de série de maior sucesso da plataforma em 2021.
A adaptação, apesar de controversa aos olhos do autor — devido ao excesso de violência —, trouxe ao público o furor esperado de séries do gênero: a briga entre o bem e o mal, criaturas monstruosas tentando invadir e destruir a terra dos homens, a importância das mulheres, em especial das que conseguem canalizar magia e a bravura dos homens a entregarem seus destinos na guerra a favor do bem.
Tudo isso misturado ao poder da união e amizade entre partes, o respeito e a lealdade que transpira por toda a série e o mix de emoções que ela provoca no espectador, resultam em uma série potente e gloriosa. Tecnicamente, a série usou e abusou dos efeitos visuais, que resultou em cenas tão boas quanto Game of Thrones, por exemplo, apesar da narrativa ainda incomparável ao sucesso da HBO.
O final (SPOILERS)
Assim como foi visto no antepenúltimo episódio, Rand foi descoberto como a reencarnação do Dragão e mesmo demorando a assimilar e aceitar seu destino, ele o abraçou e junto de Moiraine foi para o Olho do Mundo enfrentar o Dark One. A disputa em si, foi mais argumentativa do que física, em um jogo mental angustiante e desafiador. E mesmo com a força mental de Rand se mostrando superior a do Dark One e que demonstra destruir tais forças do mal, a série se encerra com a incerteza de efetividade.
Moiraine esgotada de seu poder pelo Dark One e o destino dos 5 amigos ainda em aberto, demonstram como se todo percalço vivido na temporada fosse apenas a primeira batalha de toda a saga que ainda viverão. O desfecho tem sido muito criticado pelos fãs e espectadores que acompanharam toda a obra, mas ao ser claramente tido como simplório pela própria série e desconserto de Moiraine, fica claro se tratar apenas da ponta do iceberg.
Mat, um dos 5 candidatos a reencarnação e que havia abandonado o grupo anteriormente, aparece brevemente no episódio final, retornando a Torre Branca, com semblante aparentemente sucumbido pelas trevas, o que deixa em aberto seu destino, apesar de sua apática presença nessa temporada. Assim como o papel de Perrin, que aparece claramente perdido quanto sua relevância e importância, mesmo com a demonstração de poder que teve em episódios anteriores. Apesar disso, há um consenso entre os protetores da luz e dos simpatizantes das sombras: o destino dos 5 amigos é importante para o futuro da humanidade e todos terão um papel a desempenhar.
O que vem por aí?
Na última cena dessa temporada, um grupo de embarcações chegam ao litoral, tomado por mulheres que também conseguem canalizar magia, com aparência mais selvagem e já criando um tsunami na orla do que pode ser o reino que acompanhamos até então.
No fim das contas, essa temporada retrata apenas fatos do primeiro livro da série de mais de 14 livros, entre obras diretas e prelúdios. Desde Julho de 2021, a segunda temporada já estava em produção, então não esperaremos muito para ver a continuação dessa história.