Depois de tantas tentativas frustradas de adaptar o Quarteto Fantástico para o cinema, a nova aposta da Marvel, Quarteto Fantástico: Primeiros Passos, finalmente entrega o que os fãs da primeira família da Marvel sempre desejaram: um filme digno, empolgante e que faz jus ao peso e à importância desses personagens no universo dos quadrinhos.
Desde o anúncio do projeto, houve grande expectativa em torno do longa. Isso não apenas pela responsabilidade de apresentar novamente o quarteto ao grande público, mas também pelo fato de o filme ser uma peça importante na construção dos próximos eventos do Universo Cinematográfico da Marvel (UCM), como Avengers: Doomsday e Guerras Secretas. A proposta de um universo alternativo, com estética retrofuturista e clima de ficção científica clássica, também contribuiu para a curiosidade. E o melhor: a promessa foi cumprida!
Assista ao trailer:
Acima de tudo, o novo filme do quarteto é uma experiência divertida e envolvente. Ao adotar uma linguagem visual inspirada na ficção científica dos anos 60 e 70, tudo ganha uma identidade própria, colorida, ousada e charmosa. Esse universo alternativo parece funcionar como um playground criativo onde a Marvel se permite brincar com o gênero, sem as amarras narrativas e estéticas dos últimos anos.
O elenco, inicialmente cercado de desconfianças por fugir dos fancasts tão populares nas redes, acaba convencendo. Pedro Pascal, como Reed Richards, está contido e cerebral, mas com a humanidade necessária para tornar o personagem crível. Joseph Quinn surpreende como o Tocha Humana, trazendo uma versão carismática e espirituosa do personagem, distinta das anteriores, mas muito eficaz. Ebon Moss-Bachrach, mesmo escondido sob a maquiagem digital de Ben Grimm, entrega emoção e peso dramático em suas poucas aparições humanas. Mas o grande destaque é a Sue Storm de Vanessa Kirby, que funciona como o verdadeiro coração da equipe: inteligente, empática e essencial para o desenrolar da trama.
Tudo no filme é interessante. Os diálogos são bem escritos, a química entre os personagens funciona e a história se desenvolve de forma fluida, ao menos até o terceiro ato. É justamente nessa reta final que o filme perde um pouco de fôlego. A resolução do conflito, ainda que funcional, apela para soluções rápidas e um sentimentalismo previsível. A escolha narrativa até faz sentido dentro da proposta do filme, mas segue um caminho óbvio. Diante de tudo que foi construído até ali, o clímax soa ligeiramente anticlimático.
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Mesmo com essa leve queda no ritmo, o filme se mantém firme graças ao seu vilão: Galactus (Ralph Ineson). Aqui, o personagem é retratado com a imponência que sempre mereceu — bem diferente da representação genérica em Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado (2007). Sua presença em cena é grandiosa, sua voz é marcante e sua ameaça é real. Ainda que o desfecho envolvendo o personagem divida opiniões, não há como negar o impacto que ele deixa.
No fim das contas, Quarteto Fantástico: Primeiros Passos é uma bem-vinda brisa de ar fresco no UCM. Ao mesmo tempo em que se conecta com o futuro da franquia, tem personalidade própria e independência criativa. O filme não tenta reinventar a roda, mas sabe exatamente o que quer entregar, e faz isso com competência, estilo e coração.
Para quem acompanha o Quarteto desde as versões de 2005, ou mesmo o conturbado filme de 2015, este novo capítulo surge como a redenção definitiva. É uma história que respeita o legado da equipe, acerta no tom e entrega uma boa dose de diversão.
Sim, o filme tem suas imperfeições. Mas ainda assim é uma jornada empolgante, nostálgica e, por que não, verdadeiramente fantástica!
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